Falei em outro texto sobre a tão temida dor do parto (aproveita e dá uma olhadinha lá, está bem legal ?), hoje falarei sobre um dos métodos não farmacológicos utilizados durante o trabalho de parto para ajudar no alívio da dor, a aromaterapia.
No momento do parto, as contrações podem variar entre: levemente à intensamente dolorosas.
Sim, há mulheres que praticamente não sentem dor durante as contrações, isso porque a dor está sujeita a influências psíquicas, temperamentais, culturais, orgânicas e a agentes estressores.
O que podemos ressaltar aqui é que seu sistema hormonal, principalmente a ocitocina (também conhecida como o hormônio do amor) liberada durante o trabalho de parto tem o importante papel de auxiliar o esforço físico, a dor e o esquecimento de tais sensações após o parto.
A estimulação da hipófise na produção e liberação de endorfinas é provavelmente um dos maiores mecanismos de atuação dos óleos essenciais durante o parto.
Vários óleos essenciais são indicados e podem ser utilizados durante o trabalho de parto.
Eles atuarão no alívio da dor e propiciarão um estado maior de relaxamento da parturiente.
A aromaterapia pode ser usada em diferentes estágios do trabalho de parto em uma infinidade de maneiras. Como doula, eu considero os óleos essenciais mais uteis durante as fases iniciais e ativa de trabalho.
Quando usado corretamente, a aromaterapia pode fazer uma mudança bem-sucedida e melhorar a energia da mulher.
A grande vantagem do uso dos óleos essenciais é que, após sentir o perfume de uma determinada planta, sua ação se dá, principalmente, através de uma resposta neuropsíquica capaz de influenciar respostas emocionais agindo rapidamente em centros nervosos. Diferente dos medicamentos que necessitam da absorção dos seus componentes químicos para que haja uma ação.
Nesse post você vai encontrar
No parto, a maior pesquisa já realizada foi conduzida em Oxford na Inglaterra, no Hospital John Radcliffe e envolveu 8058 mulheres em trabalho de parto normal ou cesariana. O estudo levou 8 anos e foram avaliados os efeitos dos óleos essenciais na inalação e massagens (concentração 1%). Foram utilizados para alívio da dor, medo e ansiedade. Os principais aromas escolhidos foram Lavanda (L. angustifolia), Camomila Romana (Anthemis nobilis), Rosa (R. damascena). Para alívio da náusea e vômito, os aromas de Hortelã pimenta (Mentha piperita). E para aumentar a sensação de bem-estar e sentimentos positivos em relação ao parto, foram utilizados principalmente o aroma de Eucalipto (Eucalyptus glubulus), Limão (Citrus limon) e Mandarina (Citrus reticulata). O estudo também relacionou a aromaterapia no parto com a redução do uso de analgesia de 6% para 0,4%. No qual foi confirmado e complementado por outros estudos, onde citam-se também o óleo essencial de Capim-limão (cymbopogon citratura), Manjerona doce, Ylang ylang (Cananga), Bergamota (Citrus bergamia), Sálvia Esclaréia (S. sclarea), Olíbano (Boswellia sp.) e Jasmin (Jasminum officinalis) como auxiliar na redução da dor e uso de analgesia.
Então a resposta é: sim, funciona. E foi comprovado cientificamente que a Aromaterapia é uma grande aliada durante o trabalho de parto, seja ele, natural, humanizado hospitalar, normal ou cesariana, para reduzir a ansiedade e a dor das mães.
Dentre as formas mais populares de uso dos óleos essenciais durante a gestação, parto e pós-parto, estão: inalação, massagem com concentrações de 1% a 3%, diluição na banheira do parto, compressas, escalda-pés e banho de assento.
Porém, os óleos essenciais não devem ser utilizados na banheira no momento do nascimento pois podem ocasionar irritação na pele e nos olhos sensíveis do recém-nascido.
Caso o parto seja realizado em casa, há uma maior liberdade para utilização dos óleos essenciais. Para partos hospitalares, é recomendável checar quais são as políticas do hospital.
Caso não seja possível utilizar vaporizadores e difusores de ambiente, uma excelente opção são os difusores pessoais, além da massagem.
E claro, é muito importante lembrar que dentre as várias possibilidades de óleos essenciais que podemos utilizar, sempre devemos respeitar a afinidade que a gestante demonstra com os aromas, no sentido de escolher óleos essenciais que a gerem prazer olfativo.
Referências:
A Doula no Parto – Autora Fadynha, Ed. Ground, 3° edição, São Paulo, 2016
Aromatherapy in childbirth: An effective approach to care – https://www.magonlinelibrary.com/doi/abs/10.12968/bjom.2000.8.10.8065
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