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A respiração profunda, em qualquer momento de tensão, é uma grande ferramenta de relaxamento e meditação. No trabalho de parto e parto, é uma grande parceira.
Respirar profundamente contando entrada e saída de ar ajuda a manter o foco no lugar certo e a relaxar o corpo. Se você não sabe do que estou falando, clica aqui para entender melhor.
Então, agora vamos falar sobre o poder da respiração na fase ativa e expulsivo. Lembrando que a fase ativa do trabalho de parto é, normalmente, quando a dilatação do colo do útero está em 5 cm de dilatação, contrações mais intensas e com duração média de 50 segundos.
No TP ativo (Trabalho de Parto) a respiração passa a ser mais que fundamental, a melhor a amiga! Justamente no momento em que a dor começa a ficar mais intensa, que a gente sente aquela pressão na vagina, é que a paz deve reinar no coração, se possível. Ta bom, não vou exagerar! Uma tranquilidade.
Respirar e vocalizar: é libertador.
O corpo naturalmente companha o ritmo da respiração. Coração, ao invés de acelerar, mantem o ritmo dos batimentos e todo o corpo acompanha.
“Gerar uma criança torna o corpo muito alerta – um universo fechado em i mesmo, mas que não perde a noção do mundo exterior. Em nenhum outro momento é tão necessário habitá-lo com conforto: maxilares relaxados, respiração fluida, coração sereno, músculos flexíveis da cabeça até a ponta dos pés.”
É necessário se entregar!
É no trabalho de parto ativo que “perdemos” o controle. É aqui, a hora de deixar o raciocínio de mulher moderno-contemporânea de lado e somente sentir. Deixar a mulher bicho vir à tona.
Quando isso acontece, é o apagamento de uma parte do cérebro chamada eocórtex. Aí… partolândia à vista: não conseguimos responder perguntas, saber do tempo, das ideias… muitas vezes nem falamos coisa com coisa. Isso significa que o mais importante é a conexão com o momento. Com o corpo. E meditar com a respiração é o que promove o abraço entre dor e confiança.
“Todo o resto do córtex é classificado como neocórtex.(…) O neocórtex é o responsável pelas mais importantes funções cerebrais do homem (Singi 1996).”
“(…) a mulher, deve desativar o seu neocórtex e ativar o cérebro primitivo para que haja o equilíbrio hormonal necessário para uma adequada fisiologia de parturição.”
ABRINDO UM PARÊNTESE: É nesse momento que aquelas que não têm uma doula para chamar de sua, mais sentem falta de uma. De lembrá-la sobre respiração, relaxamento… receber massagem. Lembrá-la que a dor é passageira e que aquilo ali não é sofrimento. Entender o trabalhado de parto como um reencontro consigo mesma, e que a respiração faz a ponte.
Perca o controle!
Com o passar o tempo, a vocalização vai ganhando corpo. Nessa altura a dor das contrações já está bastante intensa, e a voz grave e suave passa a expressar a dor através de gritos. Mas não qualquer grito. O grito de libertação, de esvaziamento. Grito de relaxamento. Um grito de nascimento!
Lembra que falei sobre a respiração ser a melhor amiga da vocalização? Então. É aqui, na fase ativa, ativíssima, que respiração e, especialmente a vocalização (canto ou grito), vão ajudar a relaxar a vagina, ânus e períneo. Ao vocalizarmos, liberamos a produção de endorfinas, pelo relaxamento. Corpos mais tensos e reprimidos tendem a sentir mais dor.
“O assoalho pélvico ou perineal é o conjunto de músculos que alinha a parte inferior da pélvis.”
O períneo precisa estar relaxado para que o bebê possa chegar até ali e passar, da forma mais tranquila que puder. Se você tenciona o corpo, natural, ou automaticamente, fecha ânus e períneo. Quer ver um exemplo? Se imagine, ou lembre, em situação de tensão ou perigo. Como seu corpo se comportou? Quando você contou esse fato para alguém sua fala foi: “eu estava que não passava uma agulha…”? Se foi desse jeito, é exatamente assim que fica o períneo. Se não passa uma agulha, imagina um bebê. Está bem! Claro que passa o bebê, mas com bem mais dificuldade para você e para ele.
“Trabalhar a respiração e cantar podem sim ajudar. Não como técnica que se aprende para controlar,Mas como via de libertação.”
Chegamos à dilatação completa. Quanto trabalho até aqui, hein?! O bebê já está mais perto do canal vaginal. Já estamos na posição mais confortável para receber o bebê mais lindo do mundo. O que fazer agora?
Miga, mantem a respiração. Digo mais uma vez: a respiração profunda deve ser sua amiga para a vida! Você vai lembrar disso quando chegar no puerpério, mas isso é assunto para outro dia.
Uma das coisas que mencionamos no Plano de Parto, é não fazerem puxo dirigido, ou seja, quando determinam a hora e a intensidade de fazermos força. Sabe por quê? Por que quando fazemos força maior que nosso corpo pede, a chance do períneo romper (entre outras coisas) é muito grande. Então a dica que eu lhe dou é: quando vier a contração, respiração profunda – para, além de você relaxar, também enviar oxigenação para o bebê –, ponha o ar para fora da melhor maneira que você encontrar – cantando, gritando, soprando… desde que relaxe todo o seu corpo, da cabeça aos pés, e sinta a força que seu corpo faz. É involuntário. É instintivo!
Sinta seu corpo empurrando seu filho para os seus braços. Se concentre e traga-o ao mundo.
“O corpo é um todo, uma vasta rede nervosa, sensorial, sensual. Tudo se completa, a parte superior com a inferior, a interior com a exterior. Um orifício lembra o outro, uma sensação num orifício da cabeça provoca sensações no orifício genital. A tomada de consciência de uma cavidade desperta a consciência de outra cavidade. O conhecimento da boca solicita o conhecimento da vagina, e o da vagina solicita o do útero, com sua boca oferecida. Na hora certa, essa boca se abrirá para deixar passar com naturalidade a cabeça do bebê. Os lábios da boca lembram os lábios do sexo. A língua tão musculosa – contém nada menos que dezessete músculos – com suas perturbadoras contrações e retrações pode conseguir, através de movimentos precisos, liberar a respiração, os músculos da nuca e os das costas.”
Então, bota a boca no trombone, relaxa o períneo e traz o bebê!
Fonte:
Quando o Corpo Consente – Marie Bertherat, Thérese Bertherat e Paule Brung;
Se me contassem o parto – Frederick Leboyer –
http://www.scielo.br/pdf/ape/v30n3/1982-0194-ape-30-03-0217.pdf
fhttp://www.repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2421/2/9713912.pdf
www.mulheresbemresolvidas.com.br/perineo
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