Nesse post você vai encontrar
A Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005, mais
conhecida como a Lei do Acompanhante, determina
que os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou
conveniada, são obrigados a permitir à gestante o
direito à presença de acompanhante durante todo o
período de trabalho de parto, parto e pós-parto.
A Lei determina que esse acompanhante será
indicado pela gestante, podendo ser o pai do bebê,
o parceiro atual, a mãe, um(a) amigo(a), ou outra
pessoa de sua escolha. Se ela preferir, pode decidir
não ter acompanhante.
“O parto e o nascimento são momentos marcados por sentimentos profundos, com um grande potencial para estimular a formação de vínculos e provocar transformações pessoais. Assim, a presença de um acompanhante é uma prática que foi incorporada no movimento em direção à humanização do processo de nascimento, fornecendo aspectos positivos, tanto para os profissionais de saúde como para os pais e as crianças” (The contribution of the companion to the humanization of delivery and birth: perceptions of
puerperal women – Scielo)
A partir desta visível necessidade de mudança na atenção ao parto, em 1980, iniciou-se um movimento organizado para priorizar as tecnologias apropriadas na assistência à parturiente e a sua qualidade. No Brasil, esse movimento recebeu a denominação de humanização do parto (falaremos no próximo post sobre hahaha). Dentre as práticas que foram preconizadas, há a possibilidade da parturiente escolher a pessoa que a acompanhará na maternidade, conforme recomendam o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essa é uma decisão que precisa ser avaliada com delicadeza, pois é uma das mais importantes e até difícil para a mulher.
É importante lembrar e estar nos critérios de escolha alguém que promova amor, tranquilidade, acolhimento, boas energias, voz ativa e que também esteja presente nos atendimentos pré natal para entender mais como funciona o processo do ciclo gravídico puerperal e o que pode acontecer no trabalho de parto.
Deve-se desconsiderar a ideia de agradar alguém para participar desse momento, pois pode ocasionar em um desfecho negativo. Além disso sempre damos o feedback de que “menos é mais”, ou seja, quanto menos pessoas estiverem no seu parto, seja ele hospitalar, domiciliar, em casa de parto melhor. Porém deve-se respeitar a decisão da mulher sobre a quantidade de pessoas presentes.
Pesquisas científicas têm apontado vários benefícios da presença do acompanhante no parto, dentre eles:
• Diminuição do tempo de trabalho de parto;
• Sentimento de confiança, controle e comunicação;
• Menor necessidade de medicação e de analgesia;
• Menor necessidade de parto operatório ou instrumental;
• Menores taxas de dor, pânico e exaustão;
• Aumento dos índices de amamentação;
• Melhor formação de vínculos mãe-bebê;
• Maior satisfação da mulher;
• Menos relatos de cansaço durante e após o parto.
No que se referem à participação do pai como acompanhante no parto, os benefícios descritos são (incluindo os benefícios acima citados):
• Apoio para que a mãe se sinta mais segura para estabelecer o vínculo com o bebê;
• Diminuição de sentimento de medo na parturiente durante o parto;
• Melhores percepções sobre o parto;
• Menores taxas de sentimento de incerteza;
• Maior suporte para compartilhar alegrias;
• Auxílio na primeira mamada;
• Maior duração do aleitamento materno
COM TODA CERTEZA!
Caso o nascimento seja por uma cesariana, os benefícios da presença do acompanhante incluem:
• Diminuição do sentimento de ansiedade;
• Diminuição do sentimento de solidão;
• Diminuição do sentimento de preocupação com o estado de saúde do bebê;
• Maior sentimento de prazer;
• Auxílio na primeira mamada;
• Maior duração do aleitamento materno.
1 – Participar ativamente do pré-natal e da elaboração do plano de parto;
2 – Participar de cursos de preparação para o parto, cuidados com o bebê e/ou das consultas com a doula. Saber que tipo de massagens, cheiros e movimentos ajudarão no momento das contrações e do expulsivo e ouvir as sugestões da doula sobre o que fazer em cada momento;
3- Ser uma voz ativa na defesa dos desejos da mulher, sem fazer escândalo (preferencialmente). Você estará às voltas com a dor e talvez não consiga “brigar” por alguma questão específica que foi acordada no plano de parto. Esse papel também é do acompanhante!
4 – Fazer tudo que for possível para proporcionar segurança e bem-estar à parturiente. A mulher é a protagonista desse momento.
5 – Ser amoroso (a), paciente, ativo (a) e respeitoso (a). O parto é um importante rito de passagem para mulher e quando bem amparada e assistida essa experiência marcará positivamente toda sua vida.
1 – Pedir pra mulher não gritar, não fazer escândalo, nem respiração cachorrinho ou não falar palavrão;
2 – Levar para o lado pessoal as coisas que a mulher pode dizer ou fazer durante o parto. É muito comum que durante a fase ativa as mulheres falem coisas que a gente estranhe ou nos xingue por algum motivo rsrs;
3 – Desencorajar ou entrar no padrão da “pena”. A dor do parto é um processo natural, sentir pena da mulher não vai ajudar nem a você nem a ela;
4 – Falar demais, perguntar demais, principalmente quando a mulher estiver em fase ativa do trabalho de parto;
5 – Ficar contando as horas no relógio para o parto acabar, isso pode gerar incômodo, ansiedade. Enquanto mãe e bebê estiverem bem, não há mal e nem necessidade de fazer algo, nem alarme!
Resumindo… O acompanhante precisa ser participativo, estar de acordo com as suas escolhas, respeitando-as. Alguém que você confia bastante e que te conhece bem. Com isso, entender o processo do parto, aprender a fazer massagens e estar presente são essenciais para que o parto torne-se uma experiência positiva para todos, inclusive o bebê. E claro, se você puder contar com uma Doula, a mesma não vai apenas te orientar sobre as etapas da gestação, parto e pós parto, mas ao acompanhante também.
Então, já escolheu seu acompanhante? Compartilha esse textinho com ele e converse sobre os principais pontos e o que espera desse momento.
*Imagem destacada: @5do12Fotografia
Amigo, gravidez, parto e cuidado são coisas também de homem – http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/lei_acompanhante.pdf
Acompanhante no parto – https://www.partodoprincipio.com.br/beneficios-acompanhante
Possibilidades de inserção do acompanhante no parto
nas instituições públicas – https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/assets/csc/v21n8/1413-8123-csc-21-08-2555.pdf
A contribuição do acompanhante para a humanização do
parto e nascimento: percepções de puérperas – http://www.scielo.br/pdf/ean/v18n2/1414-8145-ean-18-02-0262.pdf
“O papel do acompanhante no trabalho de parto e parto: expectativas e vivências do casal” – http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-13102004-152521/pt-br.php
O acompanhante no centro obstétrico de um hospital universitário do sul do Brasil http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v36nspe/0102-6933-rgenf-36-spe-0159.pdf
Nascer no Brasil: a presença do acompanhante favorece a aplicação das boas práticas na atenção ao parto na região Sul http://www.scielo.br/scielo.php pid=S003489102018000100200&script=sci_arttext&tlng=pt
PARTO ADEQUADO: UMA JORNADA DE HISTÓRIAS INESQUECÍVEIS http://www.ans.gov.br/images/stories/gestao_em_saude/parto_adequado/projeto-parto-adequado-apresentacao-operadoras-apoiadoras-celebrando-os-resultados.pdf
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