A ruptura (ou rotura) uterina é uma emergência obstétrica relativamente rara, onde ocorre a ruptura completa ou incompleta da parede do útero. É uma condição que pode acontecer a partir do terceiro trimestre da gestação, porém o mais comum é acontecer durante o trabalho de parto, na fase ativa.
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A hipercontratilidade uterina (ou taquissistolia/hipertonia) são contrações com pouquíssimo intervalo, mais ou menos quando se observa além de 5 contrações em 10 minutos. É uma das causas de iminência de ruptura uterina, na maioria das vezes em mulheres com cirurgia uterina anterior.
Esse quadro pode ser espontâneo, mas também pode ser consequência de utilização de misoprostol e ocitocina (o famoso sorinho), que são medicamentos utilizados na indução/aceleração do parto.
Manobras como versão podálica interna, pressão no fundo uterino exercida pelo obstetra (conhecido como manobra de Kristeller, proibida no Brasil), bem como traumas externos, também podem vir a ser causa de ruptura uterina durante o trabalho de parto.
Vale ressaltar que é muito difícil a ruptura acontecer em mulheres sem cicatriz prévia no útero.
Estudos indicam que a incidência de ruptura uterina gira em torno de 0,5 % em mulheres com 1 cesariana anterior e 1,8 % em mulheres com duas cesarianas anteriores. Em mulheres que possuem 3 cesarianas, o risco continua o mesmo, não aumenta.
Lembrando também que existe maior risco em uma segunda cesariana do que um parto vaginal após cesariana, ou VBAC (vaginal birth after cesarean).
Na maioria dos casos em que antecede a ruptura, as mulheres apresentam contrações intensas e excessivamente dolorosas durante o trabalho de parto. Visualmente também pode ser possível notar uma “deformação” na barriga, conhecida como sinal de Bandl-Frommel.
Nessa circustância, ocorre a separação do corpo uterino do segmento inferior, além de o útero tomar uma forma de ampulheta.
Identificado o risco de ruptura, a conduta é uma cesariana de emergência (muito bem indicada) pelo bem estar da mãe e do bebê.
Como alguns dos fatores de risco são cirurgias uterinas anteriores (incluindo cesariana) e ação de medicamentos durante o trabalho de parto, as prevenções possíveis nesses casos se limitam às escolhas que você pode fazer.
Quando falamos nos benefícios do parto natural, não é extremo, não é exagero e não é modismo. Quando falamos em humanização, não é parto na água, não é parto sem analgesia (necessariamente), nem parir de cócoras.
Parto natural humanizado se baseia em evidências científicas atualizadas, com o mínimo de intervenção possível, colocando você como protagonista do seu parto.
Vira e mexe a prevenção para várias emergências obstétricas se resume em menor intervenção médica possível no parto, procedimentos que não são de fato necessários, que não beneficiam nem você, nem seu bebê quando feitos rotineiramente.
Então se você está em busca do seu VBAC, procure uma equipe atualizada e que respeite a sua decisão de parto. Opte por um obstetra que não vá te aterrorizar com os riscos de um parto por via vaginal após uma ou duas cesarianas.
Claro que o monitoramento é prudente, caso você tenha uma cesariana anterior ou cicatriz uterina. Mas vale lembrar que em tudo na gestação e parto envolve algum risco. Estar vivo é um risco, não é?
Depende de você estudar e decidir pelo o que você quer lutar. Empodere-se!
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