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Pródromos: ou Por que sinto contrações mas não estou dilatando?

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POR QUE NÃO TIVE DILATAÇÃO?

É muito comum ouvirmos um “Tentei normal, mas não tive dilatação” na assistência privada no país. Isso não ocorre porque a natureza e fisiologia feminina falharam. Na maioria dos casos, a falta de dilatação está associada à falta de paciência da equipe médica na condução da evolução do parto. Ou seja, sem a disponibilidade de horas ou até dias para que um trabalho de parto evolua, alega-se uma suposta “falta de dilatação” para aplicar ações bastante intervencionistas (e muitas vezes dolorosas e desconfortáveis para a parturiente), como ministrar ocitocina sintética (o famoso “sorinho” para intensificar as contrações) para acelerar o progresso do trabalho de parto, ou, no limite, levar a uma cirurgia desnecessária.

A doce (e ansiosa) espera. Foto: Acervo Pxhere

Para não ser vítima desses contos, é importante saber que nem toda contração indica início de trabalho de parto efetivo, isto é, que dilata o colo do útero.

UÉ, MAS O INÍCIO DAS CONTRAÇÕES NÃO INDICA QUE O TRABALHO DE PARTO COMEÇOU?

A partir da 20ª semana de gestação, é comum as gestantes já sentirem as contrações de treinamento, também chamadas de contrações de Braxton Hicks. Elas não são efetivas (não provocam o afinamento e dilatação do colo uterino), não são ritmadas nem dolorosas, geralmente sendo imperceptíveis para a mãe. A barriga fica dura mas cessa bem rapidamente. Não se confunde com trabalho de parto.

Nos pródromos, é hora de relaxar e respirar: o trabalho de parto vem aí! Acervo: Pxhere

 

Mas comumente a partir de 38ª semana de gestação, outro tipo de contração pode surgir, ainda sem ser o trabalho de parto propriamente dito. São os pródromos, que podem durar algumas horas ou muitos dias. É uma espécie de ensaio geral do trabalho de parto, já causando um certo incômodo na gestante, mas ainda sem dilatar o colo uterino.

Muitas mulheres vão para a maternidade aos primeiros sinais dessas contrações, que ainda são apenas pródromos e, portanto, não estão em franco trabalho de parto (fase ativa), caindo frequentemente em intervenções ou cesárea desnecessárias sob a alegação de “falta de dilatação”.

 

PRÓDROMOS

São contrações irregulares e curtas, ou seja, podendo vir com intervalos ora de 20 minutos, depois de 10, depois de 12, em seguida de 16 e por aí vai, com duração de menos de um minuto. Elas podem cessar de repente e voltar horas depois. Em geral, causam algum desconforto para a parturiente, mas permite que ela faça suas atividades sem problemas. Essas contrações não são efetivas, isto é, não dilatam o colo do útero, apesar de atuar afinando o mesmo.

 

Os pródromos são uma espécie de “ensaio geral”. Foto: Acervo Pxhere

Costumam amenizar ou até cessar completamente com um longo banho relaxante. A mulher pode sentir o intestino solto, dor nas costas e até a perda do tampão mucoso. É o corpo se preparando para o trabalho de parto propriamente dito.

 

COMO DIFERENCIAR OS PRÓDROMOS DO TRABALHO DE PARTO EFETIVO?

 

O trabalho de parto divide-se em quatro fases: inicial ou latência, ativa, transição e expulsivo. Na fase latente, as contrações ocorrem regularmente entre 5 e 15 minutos, mas são curtas, durando entre 30 e 60 segundos. Nessa fase, ocorre o início da dilatação. Ao entrar na fase ativa, as contrações duram mais de 1 minuto e ocorrem a cada 3 minutos, e o colo dilata até mais ou menos 7 centímetros. Na transição, a dilatação está no fim e está próxima da fase expulsiva, que é quando o bebê nasce.

Ou seja, quando uma mulher sente os pródromos, eles vêm antes da latência. Durante os pródromos, a mulher geralmente consegue andar, comer e falar. Quando as contrações engrenam, ficando mais fortes e com intervalos a cada 5 minutos regularmente, é um sinal que a parturiente entrou em trabalho de parto mesmo, na fase latente. Aí já fica difícil conversar entre as contrações e ela já começa a gemer, reclamar e vocalizar durante as ondas. Geralmente é quando a doula é chamada.

Um banho quente relaxante pode aliviar o desconforto das primeiras contrações ou até fazer cessar, se forem apenas os pródromos.  Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Ao entrar na fase ativa, com dilatação já avançada, as contrações duram mais de um minuto com intervalos regulares de, no mínimo, 3 contrações a cada 10 minutos. Aí sim é hora de pensar em ir para a maternidade, se você optou por parir em uma!

 

ENTÃO O QUE FAZER DURANTE OS PRÓDROMOS?

Como não se sabe quanto tempo essa fase vai durar, é recomendado ter paciência, descansar e até dormir, se conseguir, além de se alimentar e se hidratar bem para a hora que o trabalho de parto realmente se iniciar. Portanto, tome um longo banho, assista um filme, termine de arrumar a mala para a maternidade (caso ela não esteja pronta), namore (a menos que a bolsa das águas tenha se rompido), dance, e tire a última foto da sua barriga!

Assim, se segura a ansiedade e, de preferência com o auxílio de uma equipe que te apoie e auxilie, você pode passar pelos pródromos sem ir ao hospital e evitar procedimentos indesejados e/ou desnecessários, pois falta de dilatação

As contrações irregulares e curtas dos pródromos não indicam trabalho de parto ativo, ou seja, não dilatam o colo do útero. O melhor a se fazer durante essa fase é relaxar, descansar, se alimentar e poupar energia pra hora que o bicho pegar. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

é um mito! Você começou a sentir contrações, mas estão irregulares, o bebê está se movimentando, não há sangramento nem perda do líquido, então não há necessidade de correr para a maternidade! Apenas avisar seu obstetra e equipe, pois a hora do bebê nascer pode estar se aproximando!

 

Leia Mais em:

Ana Cris Duarte: “Eu não tive dilatação” em https://www.maternidadeativa.com.br/artigo6.html

Livro de Janet Balaskas, Parto Ativo.

Sobre apoio contínuo durante o parto: http://www.cochrane.org/pt/CD003766/apoio-continuo-para-mulheres-durante-o-parto

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Doula Cíntia Carli (SP)

Doula na cidade de São Paulo, certificada pelo Gama (2017). Cientista social e historiadora, atua como funcionária pública na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e mãe da Laura. A maternidade e minha própria experiência de gestar e parir me fizeram me tornar doula, por paixão e vocação.

Cidades de Atuação: São Paulo/SP e ABC

Whatsapp: (11) 98202-5250

Instagram: @doulacintiacarli

Facebook: @cintiacarlidoula

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  • Eu sempre quis saber se minha cesariana foi desnecessária ou se tomei a decisão certa. Fico com a pulguinha atrás da orelha rsrs. Vou deixar meu relato. Em uma quinta feira perdi meu tampão mucoso, as 10 horas da manhã. Durante todo o dia, perdi muito, mas muito líquido e então minha mãe disse, vamos esperar até amanhã, quase não consegui dormir, não eram dores, mas pra um certo tipo de ansiedade, entretanto a cada virada na cama, eu me molhava e molhava o lençol. No outro dia cedo minha mãe me pergunto e eu fui e mostrei como estava, ela decidiu me levar ao hospital, chegando lá a médica fez o toque e concluiu que a bolsa não tinha rompido, mas não me liberou, pediu exames e fiquei fazendo, ainda com a calça inteira molhada pois não parava de sair líquido, quando retornei, tinha trocado de plantão e as médicas me pediram para trocar de roupa, quando fui trocar senti mais líquido ainda saindo de dentro de mim, isso as 14h do dia seguinte, ela então disse que tinha rompido a bolsa e que iniciaria a indução daqui a 2 hrs, cheguei lá com 2 dedos de dilatação. Após esse tempo ainda continuava com 2 dedos, foi colocado o comprimido e depois do tempo novamente o toque e estava com 2 e meio quase 3.. então venho o segundo comprimido e de 3 pra 3 e meio e foram horas assim, cada toque não chegava em 4 nunca. Ambas as médicas do plantão começaram a discutir se iriam por mais um comprimido ou iria para o soro, decidiram então ir para o soro e foi aí que a tortura começou, comecei a sentir dor, mas muita dor, minhas contrações era extremamente curtas coisa de segundo, a cada 4 horas 1 toque e parecia que estavam me perfurando, elas me diziam que já sentia a cabecinha da minha filha, e ainda estava com 3 quase 4, aí ela sentiu membrana e puxou, me deu buscopan pra ver se afinava o colo, parecia que nunca chegava 4, andei, tomei banho, fiz força, enfim 30 horas tentando ter o meu tão sonhado parto normal. Minha dilatação foi até 6 dedos, 2 comprimidos e 2 soro, sendo que o segundo soro eu já nem sentia mais nada, na troca de plantão o médico me perguntou quanto tempo estava ali, disse que dali 3 horas voltava com o toque e se não tivesse evoluido me daria opção de escolher se queria continuar ou iria para cesariana, porém que não podia mais me dar nada, pq já tinha tomado mais do que o necessário de soro e que também por já fazer mais de 24hrs de bolsa rompida, havia risco dela pegar infecção. Olhei para o meu marido que ficou do meu lado o tempo todo e mesmo morrendo de medo da cesariana decidi fazer afinal minha bolsa tinha rompido as 14 hrs de uma sexta e já era 21hrs do sábado, já não sentia mais nada! Só que ainda fico pensando o que pode ter dado errado? Porque não consegui? Foi erro dos médicos? Ou meu por ter ido ao hospital cedo demais? Durante a cesariana o médico disse que tinha muita, mas muita placenta e que ela estava presa que nunca que ela iria sair normal e chamou da tal famosa bolsa rota! Me aliviem desse tormento pf.

  • como vc explica o corpo não entrar em trabalho de parto, nem o tampão sair, sendo já 42 semanas completas? porque isso acontece?

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