Em meados dos anos 80 – 8ª Conferência Nacional de Saúde – o governo, a fim de garantir a atenção integral à saúde e dar visibilidade às demandas da população sobre saúde integral, autocuidado, bem estar físico e mental, notou a necessidade de uma política pública que desse atenção ao cuidado humano de maneira global. Assim, o Ministério da Saúde, através da Portaria GM/MS no 971, de 3 de maio de 2006, aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC).
A Aromaterapia (Medicina natural, preventiva e também de cura. Em seu tratamento visa a cura através das propriedades dos óleos essenciais, a fim de restabelecer equilíbrio e harmonia pessoal) entrou para o roll das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do SUS em 2018 – juntamente com constelação familiar, imposição de mãos (Reiki), ozonioterapia, terapia de florais, entre outras.
As PICS são tratamentos terapêuticos voltados para manutenção da saúde. Importante salientar que elas não substituem o tratamento convencional.
Nesse post você vai encontrar
Óleos essenciais são substâncias naturais super concentradas, extraídas de plantas aromáticas (flores, folhas, caule, cascas…), através da destilação. A utilização dos óleos essenciais como recurso terapêutico é muito extenso. Podem ser usados como antibióticos naturais, repelentes de insetos, contra enxaqueca, anti-inflamatórios, fungicida, entre outros.
A utilização dos óleos essenciais está bastante difundida, o que gerou uso indiscriminado. Assim, há quem faça uso dos mesmos sem o conhecimento adequado, podendo trazer riscos (alergias e queimaduras por exemplo) a quem usa por falta de informações suficientes para o uso seguro. Importante salientar que é fundamental que se consulte um aromaterapeuta de confiança.
Algumas dicas de segurança:
“As lavandas (popularmente conhecidas como alfazemas) são pequenas ervas, comumente empregadas em ornamentação. Da lavanda se obtém um dos óleos mais populares no mundo dentro da aromaterapia. O termo lavanda vem do latim “lavare”, “lavar”, por que a planta era utilizada pelos romanos para lavar roupa, tomar banho, aromatizar ambientes e como produto curativo (indicado para insônia, calmante, relaxante, dores, etc.)” (LASZLO).
O óleo de lavanda é bem versátil e o mais comum na aromaterapia. Considerado o coringa entre os óleos. Um dos poucos liberados para crianças pequenas (utilizados em episódios de cólicas por exemplo). Tem ação sedativa do sistema nervoso central, calmante e relaxante. Ótimo contra ansiedade, depressão, variação de humor, insônia e stress. Promovendo sensação de paz e tranquilidade. É considerado um óleo de baixíssima toxicidade. Entretanto, de comum acordo, é indicado o uso de óleos essenciais apenas após o primeiro trimestre de gestação.
Usados de forma correta, os óleos são seguros durante a gestação e podem auxiliar na sensação de bem estar e na redução das sensações que acometem algumas mulheres na gravidez como cansaço, náuseas, dores e insônia.
Existem diferentes formas de se utilizar o óleo essencial:
Na gestação, os hormônios estão a todo vapor. Emoções, medos, ansiedade, insegurança….tudo aflorado. O óleo de lavanda pode ser utilizado como suporte emocional para esses momentos. Tem efeito fisiológico e psicológico no corpo, agindo no centro das emoções (sistema límbico).
Utilizados por via inalatória, os óleos essenciais atuam ligeiramente no hipotálamo (liberador de hormônios), como também nas células ligadas às emoções. Além disso, agem conduzindo, por assim dizer, o sistema límbico a liberar endorfinas e serotonina (hormônios relacionados ao prazer e redução da dor). Fragrâncias agradáveis promovem uma resposta emocional positiva melhorando o humor e diminuindo o stress, a dor e ansiedade por exemplo. Favorecendo a concentração e tranquilidade.
A massagem é uma aliada em toda gestação, no parto e pós parto. Auxilia na diminuição das dores, conforto e relaxamento. No trabalho de parto (aliado ao trabalho da doula) impacta diretamente na diminuição de pedidos de analgesia e anestesia. A compressa fria de água aromatizada com a lavanda é bem vinda. Acalma a mãe e a refresca nas fases de ondas de calor. Também pode ser utilizada a compressa quente sobre o abdome e/ou lombar com intuito de diminuição das dores.
No pós parto, a massagem aromática, além de um carinho e cuidado com a mãe recém parida, iniciando o puerpério, ajuda a prevenir depressão pós parto, auxilia na diminuição da melancolia, tensão, fadiga e ansiedade frente o novo contexto familiar e também limitações vivenciadas. O óleo de lavanda também pode ser utilizado nas manchas de melasmas (manchas escuras na pele que podem surgir na gravidez). Pingue uma gota no dedo e passe diretamente na mancha.
Nos casos de episiotomia ou laceração natural, o banho de assento pode auxiliar no cuidado com o períneo. Durante 10 dias, utilize de 5 a 7 gotas de óleo essencial de lavanda em 4 litros de água – duas vezes por dia – em média 30 minutos por vez. Auxilia a diminuir a dor e a vermelhidão.
Usando de forma segura, a aromaterapia pode ser uma grande aliada para todos os momentos da vida. Produtos naturais auxiliando na redução da ansiedade, medo, aumentando o bem estar, e ainda de quebra contribuindo para a recuperação no pós parto.
Uma maravilha não é mesmo?!
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Para maiores informações sobre o uso seguro dos óleos essenciais, sempre consulte um aromaterapeuta de sua confiança. Inclusive, para produzir esse texto pra vocês, contei com a revisão da maravilhosa terapeuta holística, aromaterapeuta e doula: Olívia Ramalho de Castro (@terapiaholisticabelohorizonte).
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*** Diluição: 1%:
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REFERÊNCIAS:
BUCKLE, Jane. Aromaterapia clínica: óleos essenciais no cuidado da saúde. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Práticas Integrativas e Complementares (PICS): quais são e para que servem. Disponível em: http://saude.gov.br/saude-de-a-z/praticas-integrativas-e-complementares. Acesso em: 07/11/2019.
COSTA, Andre Ferraz. Óleos Essenciais na Gestação, Parto & Pós-Parto. Jornal de Aromatologia, Belo Horizonte, ano IV, n. 5, p. 3, 5 jan. 2014. Disponível em: http://laszlo.ind.br/campanhas/JORNAL_5_JANEIRO_2014_versao_web.pdf. Acesso em: 07/11/2019.
LASZLO. Dicas de orientação e uso. Disponível em: http://laszlo.ind.br/default.asp?pagina=forma_uso. Acesso em: 07/11/2019.
SILVA, Sandra Cristina de Souza Borges; OLIVEIRA, Edymara Tatagiba Medina Temistocles; VALVERDE, Simone Sacramento. A aplicação da aromaterapia como método de alívio da dor em gestantes: uma revisão integrativa. Vittalle – Revista de Ciências da Saúde v. 31, n. 1 (2019) 61-73. Disponível em:https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/8048/5940. Acesso em: 07/11/2019.
TISSERAND, Robert. A arte da aromaterapia. São Paulo: Roca, 1993.
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