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Meu diário “semanal” de gestação – Semanas 15 e 16

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Lá vai eu juntar mais duas semanas num post só!!

Porque, gente, de verdade… posso parecer uma pessoa super má, quando eu não posto sobre os sonhos que tenho sobre o bebê,  sobre a minha ansiedade olhando as roupinhas e dizer que fico horas e horas sonhando com a carinha dele / dela… Eu só quero dizer que ESSA, não é a MINHA realidade.

Aqui nós somos da bagunça, da zueira, sem romantismo, com respeito e seguindo o que tem pra hoje!! E assim, vamos levando!! Foto: Arquivo pessoal

Acho lindo, de verdade, quando as mulheres me procuram e me contam de suas expectativas, seus sonhos, suas ideias de “com quem o bebê vai se parecer”… acho demais mesmo, sem demagogia. Mas EUZINHA aqui, na minha terceira gestação, utilitária do SUS, num bairro da periferia de uma cidade do interior…. acho que já vivi realidades nuas e cruas o suficiente pra não mais romancear muita coisa e isso, é uma delas.

Como tem sido?

As minhas semanas, graças a Deus, em matéria de saúde materno está indo bem (falando da gestação em si). Com a necessidade, principalmente, do meu marido de fazer constantes acompanhamentos da Pressão Arterial, resolvemos comprar um conjunto de esfigmomanômetro e estetoscópio. Já sabemos aferir PA há algum tempo, pela necessidade de acompanhar a PA da minha mãe. Então, tiramos de letra!

A saúde do bebê também está excelente, graças a Deus. Crescendo cada dia mais, na semana 16 senti os primeiros “soquinhos” ou “chutinhos”, como queiram. Ainda não são perceptíveis ou visíveis do lado de fora, mas já os sinto por dentro. E sim, isso sim me causa uma sensação ótima, que não sei nomear. É uma mistura de alívio com satisfação que não dá pra explicar. É uma delicia.

Uma coisa “TCHARAAANN” realmente aconteceu na semana 15…

As crianças entraram de férias da escola!!

UUUHHUUUUUU!! FÉRIAAAAAAAAAAAASSS!! Fonte: Giphy

Amo, de verdade, tê-las ao meu lado!!

Mas, admito que, 7 dias por semana, 24 horas por dia, bate um cansaço descomunal e até covarde na gente! Admito que eu não tenho mais pique e nem imaginação para lidar com duas crianças mega elétricas e cheias de vontade de brincar, cuja pilha se renova com menos de 2 horas de sono!! JESUS AMADO!! A MINHA PILHA PARECE DAQUELAS QUE FICAM 8 HORAS NA TOMADA E NÃO RECARREGAM MAIS!! Então, obviamente que essa primeira semana em casa, tivemos muitos brinquedos, roupas, sapatos, revistas, canetinhas e lápis de cor espalhados por todo canto. E, quer saber… eu não ligo tanto mais!! Sinal que tem criança em casa, que brinca, usa a criatividade e estão sob minha vigilância, enquanto eu trabalho nos afazeres da casa ou faço meus estudos diários. É… não tenho do que reclamar (exceto pelas 33 interrupções num espaço de 2 horas, enquanto eu procurava textos para as minhas publicações!!)

O frio… esse desmancha prazeres 🙁

Uma coisa que definitivamente não combina comigo é o frio!

Além da minha situação de alérgica crônica, o frio me dá vontade ficar em casa, com trocentas roupas, parecendo um esquimó, ou na casa da minha mãe, onde tem um fogão a lenha MA.RA.VI.LHO.SO, só tomando caldos ou leite quente e, óbvio, deitada!! E claro que isso é só uma vontade mesmo, porque mãe que é mãe, que trabalha dentro e fora de casa, não tem tempo nem pra ver se está com as meias da mesma cor… quanto mais, deitar debaixo de cobertas e descansar no frio, (ah tá)!

Definitivamente… NÃO.COMBINA.COMIGO!! Fonte: Giphy

Mas, na semana 15, vim de outra crise forte de ataque da rinite. Foi onde a semana, chegando ao seu final, lá pela quinta feira, começou a esfriar. Na sexta, depois de tomar a medicação anti histaminica, comecei a sentir os primeiros desconfortos na região dos seios da face. Mas ainda comia, conversava e trabalhava normalmente. De sábado pra domingo (agora com 16 semanas) o clima esfriou mais ainda e a sinusite atacou com a força total dela. Há dias eu já vinha sentindo o nariz congestionado, mas ainda não tinha dor alguma. Mas acordei tão ruim na madrugada de domingo que não conseguia mais pegar no sono. Era uma mistura de todas as dores de cabeça, de dente, de enxaqueca que eu já conhecia, numa dor só, localizada na frente do meu rosto inteiro. A dor era tão forte que até meus dentes doíam… e não eram só incomodo não, eram dores parecidas com dor de dente à se fazer tratamento de canal (Pra quem já precisou fazer canal, sabe do que estou falando). Meu marido me levou ao PS pela manhã e me deram uma dose de remédio pra dor e orientaram lavar com soro fisiológico. Claro que ajuda… mas eu sentia que tinha algo mais pesado a se resolver. No final da tarde de domingo, eu não conseguia mais abrir meus olhos, a luz me incomodava e meus dentes doíam tanto que eu nem conseguia mastigar. Fui pela segunda vez ao PS no mesmo dia.

A minha maior preocupação era: E se precisar de antibiótico?

E não deu outra. Cheguei (em outro PS, do SUS mesmo), expliquei por onde eu já tinha estado, o que eu sentia, a dor, o local da dor e a intensidade. Junto com a dor, uma tosse começou a aparecer antes de sair de casa, o que piorava a dor. O médico de plantão, além de solicitar hemograma, passou um antibiótico para tomar ali mesmo, na veia e mais medicação pra dor. Tudo ali era seguro. Ao mesmo tempo, via, deambulando por ali, gestantes em trabalho de parto. Algumas com acompanhantes, outras, sozinhas… todas do SUS, uma boa parte, certamente, não tinha sequer ouvido falar nos grupos de apoio, de conversa. Doula, não tinha nenhuma! Ouvi, por duas vezes, bebês nascerem e chorarem seus primeiros fôlegos cheios de vida nesse mundo!! E isso me enche de amor e esperança, ao mesmo tempo, que sentia que eu não posso parar como doula! Mesmo que eu dê um tempinho, quando meu bebê chegar, não posso parar, não mesmo!

(e isso tudo só enquanto eu tomava meu meio litrão de soro com remédio pra dor, virando madrugada adentro).

Sempre que é possível, é bom evitar a hiper medicalização. Mas há casos (como o meu, de sinusite bacteriana) onde a necessidade de intervenção medicamentosa é boa e traz benefícios ao binômio, antes que se tornasse uma infecção ainda maior, se espalhando pelo organismo, causando ainda mais prejuízos. Quando tudo tem um equilíbrio, flui perfeitamente. Foto: Unsplash

O médico, ao final da medicação, pediu pra eu voltar pela manhã, para ver o resultado do hemograma. E foi o que fiz. Fui dormir com marido e criançada, na noite fria de domingo pra segunda. Na manhã seguinte, saímos cedo, deixamos as crianças com meus pais e seguimos para o PS. Graças a Deus, o hemograma estava normal, não era infecção grave. Porém, na troca do plantão, a nova médica não sabia qual antibiótico o médico havia me prescrito. Então, por conta dela, me passou (pasmei) um medicamento antroposófico que eu julgava desconhecer (não pasmei pela medicação, mas por achar que uma coisa rara ou até inexistente no SUS eram profissionais da linha homeopática. Agradeci por estar errada). Quando finalmente achamos a única farmácia em Jacareí que tinha a medicação, vi que era de uma linha muito utilizada pelas doulas e profissionais da humanização, por ser produtos naturais de origem confiável. Ainda sim, iniciei o tratamento, meio que duvidando que daria resultado… e qual foi a minha surpresa quando, no dia seguinte, a limpeza da sinus começou pesada. Muito pus e sangue saía pelas narinas, à medida que eu assoava no nariz. A dor do lado esquerdo foi forte durante toda a terça feira, mas era visível e físico a limpeza que estava acontecendo. Na quarta, a dor era menos intensa, apesar de ainda estar presente. Apesar de ainda ter dificuldades pra mastigar do lado esquerdo, já como comida normal rsrsrs!!

Amanhã, quinta, tenho minha terceira consulta na médica do posto. No próximo post, coloco as atualizações da semana 17 😉

Até a próxima!!

 

Referências

https://www.mdsaude.com/2014/09/antibioticos-na-gravidez.html

Antibióticos profiláticos no segundo e terceiro trimestres de gestação para reduzir problemas na gestação

http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/atm_racional/modulo4/principais_gravidez7.htm

 

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Doula Arlene Ferreira (Jacareí-SP)

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