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Mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores…mulheres do tipo atrevida, do tipo acanhada, do tipo vivida, casada carente, solteira feliz, donzelas e até meretriz, já dizia Martinho da Vila em sua música Mulheres. Há mulheres que querem um relacionamento duradouro e outras que querem só algo casual, há mulheres que querem ou pretendem ter filhos e outras que não o desejam.
Agora me conte uma coisa? Quem nunca vacilou em se proteger em uma transa? Tenho certeza que a resposta é quase unânime, que sim já aconteceu!
Para algumas pessoas isso nada mudou e para outras resultou em uma das experiências mais transformadoras e revolucionárias que existe, a Maternidade!
O fato de ser mãe, diz a respeito do que uma mulher quer como relacionamento? Não, é claro!
E se eu escolhi ser mãe solteira?
Mãe solteira ou mãe solo é aquela mulher que fica grávida e não tem o apoio do homem que a engravidou ou escolhe criar seu filho sozinha, também aquela que tem um ou mais filhos e se separa, então ela decide cuidar sozinha de seu filho, dando origem à uma família monoparental.
Todo adulto sabe que não chegou aqui pela cegonha e se existe é porque seus pais fizeram sexo, certo? Porém, isso não te faz uma pessoa descuidada, muitas vezes o amor entre os pais acabou, a mulher tem desejo de uma produção independente ou por alguma outra particularidade você resolve que será mãe solteira e está tudo bem.
O estado civil de uma mulher não diz nada sobre a capacidade de ser uma boa
mãe, porém pode se dizer o que ela irá enfrentar de preconceitos e também em relação a sua própria expectativa em ser uma entidade perfeita e sobrenatural. Uma mãe naturalmente já se cobra em ser perfeita, quando a maternidade é solo, essa cobrança tende a aumentar.
As mudanças na configuração familiar que vêm ocorrendo nas sociedades ocidentais, em especial aquelas que deixam a família a cargo de um só progenitor, constituem um significativo reordenamento do sistema familiar. Constata-se um número cada vez maior de famílias uniparentais, que têm, na maioria dos casos, a mãe como progenitor responsável. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (www.ibge.gov.br), revelam que, aproximadamente, 29% dos lares brasileiros estão sob a responsabilidade de mulheres, sejam estas solteiras, separadas, divorciadas ou viúvas.
O nascimento de um filho, representa um marco na vida de todos especialmente para a mãe, a gestação e o nascimento do bebê repercutem profundamente nos planos físico, mental, emocional e social. Nenhum outro evento na vida de um ser humano é tão complexo quanto o parto, pois ele envolve dor, amor, sobrecarga emocional, vulnerabilidade, possíveis danos físicos e até a morte, além de representar uma mudança definitiva de papéis, incluindo a responsabilidade de cuidar e de promover o desenvolvimento de outro ser humano, totalmente dependente.
O momento do parto pode ser considerado a passagem de um estado a outro
e sua principal característica é a irreversibilidade: a gravidez tem seu fim anunciado, o bebê chegará e isso não tem volta. Do ponto de vista emocional, o parto representa um processo de separação: dois seres, até então unidos, precisam se separar. A mulher pode vivenciar essa separação como a perda de uma parte de si mesma, sentimentos de querer ter o bebê e ao mesmo tempo, prolongar a gravidez, podem aumentar a ansiedade materna.
O tipo de parto e as expectativas durante a gestação podem influenciar como o parto será experienciado, além disso o contato imediato com o bebê também influencia positivamente a experiência do parto, ficando atrás somente do apoio emocional prestado pelo companheiro.
Com a humanização do parto, hospitais autorizam a presença de um acompanhante de livre escolha da mulher com o intuito de dar conforto e segurança no pré parto, parto e pós parto. Estudos apontam que mulheres acompanhadas pelos seus companheiros no parto e pós parto tendem a ter um parto mais tranquilo e uma maior interação com o bebê do que mulheres sozinhas.
Para que isso não ocorra com a gestante sozinha , a mulher precisa trabalhar
muito seu emocional, se informar, se fortalecer e se for de seu agrado chamar outra pessoa para partilhar desse momento tão significativo. Algumas mulheres optam por ter o acompanhamento somente da doula ao invés de ter doula e acompanhante, a presença da doula já mais que comprovada que diminui duração e dores no trabalho de parto, promove maior segurança e tranquilidade, maior vínculo da mãe com o bebê, menor incidência de depressão pós parto, entre muito outros benefícios.
Por mais que a maternidade solo não seja fácil, uma mãe solteira dificilmente
vai querer que um príncipe em um cavalo branco venha e assuma o papel de pai para o filho dela. Primeiro porque príncipes encantados não existem, segundo porque sempre existe a preocupação de proteger os filhos de qualquer vínculo que pode se quebrar, e terceiro porque esse filho provavelmente já tem um pai. Então parem de querer arrumar um homem para essa mãe!!
A primeira coisa que uma mãe solteira deve fazer, é esquecer a culpa. Portanto, aceite a sua realidade com amor para que você consiga criar seu filho seguro de si mesmo, dessa maneira, poderá encarar seu futuro com a certeza de que você sempre o apoiará. Importante a criança saber a verdade e se possível ter o contato com o pai, não é porque você é mãe solteira que precisa fazer a função de ambos.
Nossa sociedade também precisa parar de glorificar um homem porque ¨assumiu¨a criança, porque paga a pensão ou pega a criança em finais de semana, não estão fazendo mais do que a obrigação e ainda, isso é fichinha perto do que uma mãe solteira passa em relação às responsabilidades e pressões.
Contudo, deve se parar de cobrar e comparar a vida de uma mãe solteira com a vida de uma casada, também parar com perguntas indiscretas e/ou com julgamentos, cada um tem sua individualidade e direito de seguir sua vida como bem entender, não é?
O pai solo não é cobrado da mesma maneira que uma mãe solo, mas espera aí, as responsabilidades são de ambos. Além disso, a mulher tem o total direito de continuar sua vida, isso inclui estudar, trabalhar, sair, se divertir com as amigas e se relacionar novamente se assim desejar. Os julgamentos e preconceitos são muitos e qualquer coisa que saia ¨errado¨ com a criança, vão falar que é ¨falta de um pai¨, ¨que falta um pulso firme¨, mas muitas mulheres sabem driblar esse tipo de visão e mostram com toda a categoria que uma mulher guerreira vale mais do que muita mãe e pai moles.
A mulher que optou pela maternidade solo, deve ter em mente que nos primeiros anos pode parecer muito difícil e algumas vezes até achar que não
irá conseguir, mas toda mulher tem uma força interior que muitas vezes desconhece e só aflora após a maternidade. Então, encare defronte, coloque todo seu amor, sensibilidade, garra e siga em frente. Infelizmente não existe um manual da boa mãe, mas todas fazem seu melhor, mesmo quando erram será o seu melhor.
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Referencias Bibliográficas:
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