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Gravidez: Semanas são quantos meses?

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Se tem uma coisa que mexe com a cabeça de grávidas e pessoas não-grávidas é o tempo de gravidez. Afinal de contas, 27 semanas são quantos meses?

Toda grávida já passou por aquele momento da conversa em que precisa converter as semanas de gestação em meses para tentar ser entendida por outra pessoa (e nunca parece dar certo de verdade).

Hoje vou te explicar quanto tempo dura uma gravidez, como calcular a data provável de parto (DPP) e no final, uma forma super simples de falar para qualquer pessoa o seu tempo de gestação em meses!

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

Quanto tempo dura uma gravidez?

Uma gestação humana dura, em média, 40 semanas (uns 280 dias). Mas você pode entrar em trabalho de parto entre 37 e 42 semanas tranquila e naturalmente. Pode até ir além, na verdade!

Isso mesmo: o bebê pode nascer antes ou depois do dia exato que você completará 40 semanas de gestação e está tudo bem. Na verdade, menos de 10% dos bebês no mundo nasce exatamente no dia em que completa 40 semanas.

Foto: maxpixel

Você pode se perguntar “para quê saber a data provável de parto se ela é mais improvável do que certeira?” e a resposta é: para acompanhar o bem estar do bebê de acordo com o desenvolvimento esperado.

Por exemplo, a translucência nucal só pode ser feita no intervalo da 11ª a 13ª semana de gravidez.

 

Contando semanas: como funciona?

As formas mais comuns de calcular a Data Provável de Parto (DPP) são pela Regra de Naegele e através da ultrassonografia (USG).

Veja como cada uma funciona:

A Regra de Naegele

A Regra de Naegele é um cálculo feito usando a Data da Última Menstruação (DUM) para descobrir a data provável de parto.

Para o cálculo você precisa:

  • Saber o primeiro dia da última menstruação
  • Subtrair 3 meses desse dia
  • Adicionar 7 dias. Essa é a DPP.

Exemplo: No dia 03 de Setembro de 2018, Cecília descobriu que está grávida. Ela sabe a data da última menstruação, não sabe a relação sexual de risco e sua consulta pré-natal será em 3 semanas. Cecília seguiu a regra de Naegele e preencheu as informações anteriores:

  • Primeiro dia da última menstruação: 10 de Agosto de 2018
  • Subtrair 3 meses desse dia: 10 de Maio (de 2019).
  • Adicionar 7 dias. Essa é a DPP: 17 de Maio de 2019.

E se ao somar os 7 dias passar da quantidade de dias do mês? Aí você joga para o mês seguinte. Assim: Joana fez o cálculo e a DPP seria 37 de Abril de 2019. Então a data real é dia 06 de Maio de 2019.

Atenção especial: a Regra de Naegele considera um ciclo certinho de 28 dias sem influência de anticoncepcional. Segundo o Ministério da Saúde, 10 a 42% das mulheres tem a idade gestacional real diferente da apontada pela DUM.

A Ultrassonografia

A ultrassom na gravidez pode ser feita pela vagina (a transvaginal ou endovaginal) ou pela barriga (a abdominal). O tipo de USG que você fará dependerá da sua idade gestacional. “E como eu vou saber disso?” Na sua consulta de pré-natal provavelmente vão perguntar a sua DUM e fazer os cálculos – o resultado da USG irá confirmar ou alterar a DPP.

Se você estiver grávida de:

  • Menos de 4 semanas: a ultrassom não detecta a gravidez.
  • De 4 a 12 semanas: a ultra será pela vagina.
  • De 13 semanas em diante: a USG será a abdominal.

A análise da ultrassonografia

Na USG endovaginal, até a 4ª semana de gestação é difícil você visualizar algo, pois a fase do desenvolvimento do embrião ainda é bem inicial. Da semana cinco até a doze, essa evolução é mais visível por ter uma evolução marcante a cada semana – e isso é que faz a primeira USG ser a mais precisa no que diz respeito a definir a DPP.  Veja:

  • 4 a 5 semanas: a USG mostra apenas o saco gestacional
  • 5 semanas: você consegue ver a vesícula vitalina.
  • 5 a 6 semanas: você pode ver o bebezinho.
  • 6 semanas ou mais: dá pra ouvir o coraçãozinho.

Após a 13ª semana, as características das famílias influenciam o crescimento do bebê de forma mais evidente – e isso terá um peso cada vez maior com o passar das semanas.

Como assim? Se todo mundo da família é grandão, por exemplo, é possível que a DPP seja menor do que a real, pois o bebê será maior para a idade gestacional em que ele está.

Exemplo: Muriel fez a ultrassom no dia 07 de Novembro de 2018, e descobriu que a DPP é dia 15 de Julho de 2019. Porém, em Janeiro ela fez uma nova ultra e a data provável foi para o dia 04 de Julho. Em que data ela deve confiar?

Apesar da ansiedade em querer que o bebê chegue logo, a verdadeira DPP a ser tida como parâmetro deve ser a primeira, pois ela se baseia em traços de desenvolvimento mais precisos.

Antecipar a data provável de parto em dias ou semanas pode parecer um detalhe de quem quer o filho no colo logo, mas pode significar intervenções desnecessárias para acelerar o trabalho de parto. E isso pode trazer problemas de saúde para o bebê, como prematuridade iatrogênica (prematuridade provocada).

Foto: pixabay

Para calcular a idade gestacional e medidas do bebê ( peso e altura, por exemplo) pela USG, o ultrassonografista usa medidas do diâmetro da cabeça e o da barriga, da distância entre cabeça e bumbum e do tamanho do fêmur.

Como falar o mês de gestação sem se embananar?

Ok, Malu. Eu já sei o dia provável que meu bebê vai nascer, mas como eu sei dizer quantos meses eu estou? Como converter as semanas em meses e os meses em semanas?

Vou te dizer agora! Essa forma que vou te contar foi o meio mais fácil que eu encontrei de acompanhar a contagem mensal sem ficar doida atrás de tabelas na internet para converter semanas em meses. Até porque, cada lugar tem uma tabela diferente.

Você precisa:

  • Saber a DPP a partir da USG.
  • Repetir o dia da DPP e voltar o mês a partir da DPP.
  • Colocar a DPP como 9º mês de gravidez e voltar até o mês zero de gravidez.
  • O dia da DPP + o mês é quando você completa o mês de gravidez.

Exemplo:  Eu descobri que estava  grávida com menos de 4 semanas. Fiz a primeira USG e só vi o saco gestacional e a vesícula vitalina – nada de bebê. Na outra ultra eu já estava com 7 semanas e minha DPP era dia 14 de Julho de 2017. Anotei em um papel o dia 14 de Julho e ao lado o número 9 (quando completaria as 40 semanas).

Em seguida continuei anotando os dias 14 de Junho com o número 8 ao lado, 14 de Maio com o número 7 e assim retroativamente até chegar no dia 14 de Outubro com o número zero (quando engravidei “de verdade”).

Dessa forma, se alguém perguntasse quantos meses eu estava eu saberia responder com base no dia 14 de cada mês. Veja na imagem:

por Malu Moraes

Entenda mais: Se alguém me perguntasse de quantos meses eu estava no dia 13 de Abril eu diria “estou com 5 meses. Completo 6 meses amanhã, dia 14”. Simples, né?

“E os profissionais de saúde seguem essa lógica?” Não.  Na caderneta da gestante, do Ministério da Saúde, entende os meses de gestação como na imagem abaixo:

Fonte: Caderneta da Gestante, Ministério da Saúde, 2016.

A forma que falei é só um jeito casual de falar sobre sua gravidez sem tentar explicar para a pessoa a semana e o mês. Isso, como você pode ver na caderneta do Ministério da Saúde, é bem específico.

Exemplo na prática: 27 semanas são quantos meses?

Você entendeu cada explicação, mas como usar essas informações na prática? Por exemplo, a ultrassom feita no dia 16 de Abril mostra que você está grávida de 27 semanas e 2 dias. A sua DPP é 14 de Julho. Então, 27 semanas são quantos meses?

Pela forma casual de explicar, olhando aquela tabela acima, no dia 16 de Abril você terá fechado o 6º mês de gestação e está entrando no sétimo. Porém, se você visse essa tabela no dia 13 de Abril, você estaria com 5 meses, completando o 6º ainda.

Agora, pela tabela do Ministério da Saúde, no dia 16 de Abril (com 27 semanas e 2 dias) você ainda estará com 5 meses. Apenas no dia 18 de Abril, com 27 semanas e 4 dias é que você terá completado 6 meses de gestação.

Percebeu a diferença?

Lembra: a ideia é que falar sobre a sua gravidez seja mais fácil. Se essa informação ainda é complicada e você precisar de ajuda, é só comentar que te ajudo!

Referência bibliográfica:

Caderneta da Gestante, do Ministério da Saúde, 2016. (leia aqui)

Cadernos de atenção básica – atenção ao pré-natal de baixo risco, do Ministério da Saúde, 2012 (leia aqui).

Completei 40 semanas e nem sinal! O bebê pode ‘passar do tempo’?, de Natália Caplan (leia aqui)

Determinação da idade gestacional com base em informações do estudo Nascer no Brasil, de Ana Paula Esteves, Silvana Granado Nogueira, Rosa Maria Soares Madeira, Arthur Orlando Corrêa e Maria Helena Bastos (leia aqui)

Desafios na definição da idade gestacional em estudos populacionais sobre parto pré-termo: o caso de um estudo em Campina Grande (PB), Brasil, de Paula Lisiane de Assunção, Hillegonda Maria Dutilh Novaes, Gizelton Pereira Alencar, Adriana Suely de Oliveira Melo e Marcia Furquim de Almeida (leia aqui)

Fundamentos da ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia, de Rodrigo Menezes Jales. (leia aqui)

O desenvolvimento do bebê semana a semana, de Samara Barth (leia aqui)

Ultrassom no pré-natal, de Rejane Maria Ferlin (leia aqui)

 

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Doula Malu Moraes (Recife - PE)

Sempre fui encantada pelo parto normal e amamentação. Quando tive meu primeiro filho eu queria viver isso plenamente, mas tive um parto roubado sem esforço e daí começou a inquietação que trago comigo até hoje. Estudei, conheci, vi as possibilidades do nascer humanizado. Meu caçula chegou de uma forma diferente: um vbac domiciliar planejado. Com a chegada dele transformei a inquietação em energia para ser suporte para outras pessoas que desejam e acreditam, como eu, num gestar e parir com respeito, amor e acolhimento.

Em 2017, comecei minha jornada profissional e hoje sou doula, educadora perinatal, apoiadora em aleitamento. Meu objetivo é levar informação de qualidade numa linguagem simples e clara para as pessaos que desejam experiências positivas na chegada de seus filhos. Você pode conferir no instagram Malu Doula um pouco mais desse trabalho.

Também integro a Rede Koru, coletivo de doulas que trabalha com rodas de conversa abertas ao público e também com doulagem coletiva, uma modalidade especial do acompanhamento.

Gostasse? Clica aqui que te falo como trabalho presencial e virtualmente.

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