Um das coisas que não pode faltar na preparação para a chegada do bebê é o enxoval. Roupas, fraldas, carrinho, bebê conforto, quarto, acessórios…acredite, a maioria das coisas que compramos para os bebês é desnecessária ou é pouquíssimo utilizada. Muitas vezes o berço serve apenas para acumular as roupas recolhidas do varal antes de dobrar e a banheira com suporte dá tanto trabalho pra montar que é muito melhor (e mais gostoso) um banho de chuveiro mesmo. Mas tem um enxoval que é indispensável, o enxoval emocional. É muito importante nos prepararmos para a nossa nova vida após o nascimento de um bebê. São muitas questões envolvendo o puerpério e conhecer os processos torna eles mais fáceis de superar ou ao menos mais fáceis de entender.
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Eu sei, quando a gente quer parir a gente passa a gestação toda lendo, pensando, estudando, respirando parto. O nascimento do bebê é sim muito importante, é o rito de passagem dele para esse nosso mundão. Ao nascer ele terá a primeira impressão do mundo e das coisas que o rodeiam. Mas se preparar para o pós parto é tão importante quanto.
Não tem jeito, quando nasce um bebê, nasce uma mãe. E isso pode ser bem difícil, pois nada é automático na maternagem, tudo é um processo. O bebê é um ser totalmente dependente, sem um adulto ele não sobrevive. A gente não sai do parto com o manual de instruções de como se adaptar à nova vida. Também não tem uma receita de bolo, por isso é essencial se preparar para o pós parto e a maternidade ainda na gestação.
E você, está fazendo seu enxoval emocional?
Na gestação e no parto nossos hormônios se modificam totalmente a fim de manter a gestação e de fazer nascer o bebê. É um coquetel que atua em perfeita sincronia. No pós parto não é diferente. Depois que o bebê nasce os níveis de alguns hormônios caem drasticamente enquanto que outros passam a ser produzidos – como a prolactina, que é o hormônio da produção de leite materno. Todas essas mudanças provocam sensações das mais variadas.
Baby blues ou blues puerperal é o período de poucos dias após o nascimento do bebê em que a mulher pode sentir tristeza, sensação de vazio, desânimo, insônia, ansiedade, mudanças de humor. Esse fenômeno tem curta duração e geralmente some espontaneamente.
É um doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde, atinge de 10 a 15% das mulheres mães nos países em desenvolvimento e costuma aparecer nas primeiras quatro semanas após o nascimento do bebê. Alguns fatores de risco aumentam as chances de uma mulher desenvolver depressão pós parto, como: depressão anterior à gestação, exposição a eventos traumáticos e estressantes, complicações no parto, conflitos familiares, etc. Por isso, se você tem sintomas de depressão por mais do que alguns dias após o parto é importante procurar ajuda profissional, pois muitas vezes a depressão pós parto é confundida com o baby blues.
Os bebês já têm o reflexo de sucção desde o útero materno. Porém, eles não nascem sabendo mamar – assim como a mãe não nasce sabendo amamentar. Embora seja um processo natural, inúmeras mulheres têm alguma ou muita dificuldade de amamentar. É preciso atentar a pega correta do bebê para o seio não ferir, estar em posição confortável, ambiente calmo e sempre que possível em pele a pele com o bebê.
Para além da “técnica” de amamentar, é fundamental saber que amamentar um bebê ao seio é estar disponível para aquele ser 24 horas por dia, 7 dias por semana. É muitas vezes exaustivo, você provavelmente vai passar muitos dias de pijama, descabelada, com a bexiga cheia ou tendo de levar o bebê no banheiro porque simplesmente ele não despluga do peito. Sim, você ganha um piercing de teta!
Talvez muitas vezes você vai pensar em desistir e nessa hora só há duas coisas a fazer: lembrar os motivos que te fizeram querer nutrir – de alimento e de afeto – o seu bebê exclusivamente com seu corpo e acionar sua rede de apoio. Uns minutos que você consiga ter no dia para fazer xixi, escovar os dentes, pentear o cabelo ou simplesmente gritar com a cara enfiada numa almofada farão uma grande diferença nessa fase. Ter o contato de uma consultora em amamentação também é indispensável no seu enxoval emocional.
Eles simplesmente choram. Eles choram porque nasceram. Às vezes é desesperador, eu sei, mas se prepare para ouvir bastante choro e algumas vezes até chorar junto, de dó ou de desespero mesmo. Nem sempre é cólica, cocô, fome…aliás, fome geralmente não é, pois o leite materno é dinâmico, completo e em quantidade ideal para aquele bebê.
Sério, leia sobre isso. Lembra que eu disse que bebês choram? Pois é, eles choram.
Exterogestação é o período em que o bebê é “gestado fora do útero”. Segundo essa teoria, o bebê ainda não estava totalmente pronto para nascer, para sair daquele ambiente quentinho e gostoso e experimentar aqui fora esse monte de sensações ao mesmo tempo. Uma forma de amenizar esse desconforto do bebê é manter ele sempre junto de você. Para isso, o sling é item essencial do enxoval e também do enxoval emocional. Ter um sling vai facilitar muito a exterogestação, pois o bebê fica dentro dele em posição semelhante a que ficava no útero, sentindo seu cheiro e ouvindo o som das batidas do seu coração.
Se cerque de pessoas que possam te dar suporte prático e que entendam que você está passando por um processo que pode ser doloroso e difícil, que estejam realmente dispostas a te auxiliar. Lembrando que o pai/mãe do bebê não é ajudante, ele/ela faz parte do núcleo familiar e deve participar ativamente da parentalidade.
Visitas são legais, mas nos primeiros dias podem atrapalhar um pouco dependendo da dinâmica familiar e do contexto. Se não for da sua vontade receber visitas nos primeiros dias/semanas, deixe bem claro para os parentes e amigos. Também vale dizer se quiser que seja uma visita rápida e que de preferência seja para te trazer um lanche, lavar a louça ou segurar o bebê para você lavar o cabelo.
“É preciso uma aldeia para se educar uma criança” – provérbio africano.
Tenha em mente que a maternidade não é um mar de rosas (mas também não é um bicho de sete cabeças) e que tudo bem se às vezes as coisas não vão bem.
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Os gases e as cólicas do bebê – por Dr. Carlos Gonzáles
CARVALHO, Rafaela. 60 Dias de Neblina. Curitiba: Máquina de Escrever, 2017.
GUTMAN, Laura. A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra. Rio de Janeiro: BestSeller, 2016.
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