Exame de glicose feito e a taxa alterou: diabetes gestacional batendo à porta e você precisa olhar pra isso com cuidado e atenção. Mas, na prática, o que isso significa?
Nesse texto, você vai entender um pouco sobre o que é a diabetes gestacional, como se relacionar com ela e a via de nascimento mais indicada.
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A diabetes gestacional é um dos tipos de Diabetes Mellitus existentes. Para explicar quem ela é vamos entender qual é o seu lugar na fila do pão das Diabetes Mellitus.
A Diabetes Mellitus não é uma doença, ela é um conjunto de doenças que tem em comum a hiperglicemia (excesso de glicose, o famoso “açúcar” no sangue) causada pela deficiência de insulina no corpo. No exame de glicose em jejum, resultados até 100mg/dL para pessoas não-grávidas estão dentro da normalidade e os iguais ou superiores a 126mg/dL apontam para o risco da diabetes Mellitus, sendo preciso investigar mais.
Mas o que acontece entre o normal e o “ei, estou com diabetes”? Bem, existe um limbo chamado hiperglicemia intermediária. Ela se encaixa em valores acima de 100mg/dL e abaixo de 126mg/dL de glicose, ou seja: não é normal, mas ainda não é diabetes. E é nesse limbo que está a diabetes gestacional – com um detalhe extra: se considera diabetes gestacional valores entre 92mg/dL a 126mg/dL .
Segundo a Organização Pan-Americana na Saúde (2017), a definição de Diabetes Mellitus Gestacional é a seguinte:
“Mulher com hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem os critérios diagnósticos para Diabetes Mellitus”
Pensando com carinho, a diabetes gestacional é uma diabetes que não é diabetes, mas pode ser. Além dos riscos que ela traz para a gestação, ela pode desenvolver para uma diabetes tipo II – e ir além da gestação.
Como exames de praxe, um check list de saúde, durante o pré-natal toda gestante deve fazer dois exames de glicose: a glicemia em jejum (aquele onde você passa 8h sem comer e faz a coleta de sangue normalmente) e TOTG (o exame da garapa de açúcar bem enjoativo, onde você tira sangue algumas vezes e intercala com um copo de garapa doce).
A orientação da Sociedade Brasileira de Diabetes é que a glicemia em jejum seja feita ainda no primeiro trimestre de gestação e é esperado um resultado igual ou inferior a 92mg/dL. Já o TOTG deve ser realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gravidez. O resultado esperado em jejum é menor ou igual a 92 mg/dL, a glicemia em 1 hora depois da garapa doce é até 180 mg/dL e a dosagem em 2 horas após sobrecarga deve ser, no máximo, 153 mg/dL.
Se um único exame constar alteração superior a essas referências, é considerado que a diabetes gestacional está presente.
A diabetes gestacional coloca a gestação na classificação de alto risco por aumentar as chances de a mulher e o bebê desenvolverem problemas de saúde por causa da hiperglicemia. Por isso, o acompanhamento pré-natal bem feito e o tratamento da diabetes são bem importantes para a saúde na gestação.
As grávidas com diabetes gestacional e seus bebês estão mais suscetíveis aos seguintes problemas:
O tratamento indicado para o controle da diabetes gestacional é a mudança de hábitos alimentares e a adesão a exercícios físicos (se não tiver contraindicação médica). Mas não é um “parei de comer doces”, viu? É preciso uma orientação profissional para você e seu bebê receberem as quantidades certas dos nutrientes certos, além do cuidado com os exercícios que devem ser evitados na gestação.
Essa forma de tratar pode parecer simples, mas é muito eficaz. Mais de 80% das grávidas com diabetes gestacional conseguem controlar a glicose dessa forma. O uso de remédios só é indicado quando a adaptação da vida a novos hábitos não é suficiente para controlar a glicose.
A “cura” da diabetes gestacional vem com o parto: após o nascimento do bebê, os níveis de glicose se normalizam naturalmente dentro de alguns dias. Por isso é importante continuar de olho nessas taxas por um tempo após a gestação.
Se seu coração gelou com a hipótese de não ter mais o seu parto normal, pode respirar mais aliviada: Ter diabetes gestacional por si só não é uma indicação de cesárea.
Se a diabetes está controlada, é possível esperar entrar em trabalho de parto naturalmente até a 40ª semana.
Ok, sabemos que 40 semanas é o tempo fechado de uma gestação e que é possível ela ir duas semanas a mais. O que acontece se passar dessa data? Acontece que nas últimas semanas de gestação, o bebê tende a crescer mais. Bebês de mulheres com diabetes gestacional tendem a ser bebês acima do peso médio. E, passando das 40 semanas, há uma maior chance de o bebê de mães com diabetes gestacional não só ser um bebezão, mas de desenvolver macrossomia. Por isso, em alguns casos a indução pode ser uma alternativa.
Em relação a dinâmica do parto normal, as gestantes com diabetes gestacional com glicose controlada sem uso de medicação não precisam de atenção ao controle glicêmico durante o trabalho de parto. Mas se essa gestante faz uso de medicamento, a recomendação é observar a glicose a cada uma ou duas horas (com aquele exame da furadinha no dedo).
Você pode se perguntar quando a cesárea é uma indicação e a resposta é que atualmente a orientação pela cirurgia para gestantes com diabetes gestacional está mais ligada a associação da diabetes a outros problemas de saúde, e/ou ao peso de bebês acima de 4,5kg.
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E conta aqui, você tem uma experiência com diabetes gestacional? É sempre bom conhecer a vivência de outras mulheres para acalmar as ideias das mães aflitas.
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