Como controlar o medo do parto?

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De repente você se descobre grávida. Sua mente eufórica dispara sentimentos de felicidade, mas também de preocupação e medo. E logo vem à cabeça: Será que eu aguento a dor do parto normal? Será que eu vou sentir muita dor depois da cesárea? Então deixa eu te contar que é possível controlar esse medo do parto. Quer saber como? Então vem comigo.

A construção do medo

Crédito: Pixabay

Você já percebeu que quando somos crianças somos totalmente destemidas? Brincamos com bichinhos, pegamos nas plantas sem saber se tem espinhos e ainda levamos tudo isso à boca sem nem se preocupar se é perigoso ou não? Agora imagine se uma criança pega uma lagarta bonitinha na mão… imediatamente algum adulto vai gritar: Larga isso! Isso faz dodói! Vai machucar a mãozinha! Faz ai ai!

Pronto! É o suficiente para criar uma conexão no cérebro da criança informando que a lagarta é perigosa. Possivelmente, se for repetida por várias vezes, a criança crescerá com medo de lagartas sem nunca ter sido machucada por uma na vida, e assim se constrói o medo!

Condicionada a esse medo, ela provavelmente crescerá contando a história de que – quando criança – pegou em uma lagarta e por pouco escapou de sentir a dor insuportável da sua queimadura, sem nem mesmo saber como é essa dor.

A dor do parto

O mesmo acontece quando você ouve alguém dizer que a dor do parto é insuportável. A maioria nem sequer iniciou um trabalho de parto, mas repete automaticamente – na tentativa de proteger você de algo que ela aprendeu – que é perigoso.

Um exemplo real disso é encontrado na pesquisa Nascer no Brasil,

A maioria das mulheres, no setor público e privado, prefere parto normal no início da gravidez, mas terminam em uma cesárea. Fonte: Pesquisa Nascer no Brasil

que relata que 70% das mulheres iniciam a gravidez desejando um parto normal, mas somente 15% são de fato apoiadas nessa escolha. O que acontece para que haja uma mudança tão grande no desejo de parir um filho?

Bruce Lipton, em seu livro Biologia da Crença, relata, como resultado de suas pesquisas, ter descoberto que a vida de uma célula é controlada pelo ambiente físico e energético em que ela se encontra e não pelos genes. Ora, se uma célula pode ser controlada pelo ambiente que a cerca, nós, os seres vivos, que temos trilhões delas, também podemos ser controlados pelo ambiente em que vivemos.

Ou seja, se durante toda a sua gravidez você ouvir que o parto dói, que a dor equivale a ‘não sei quantos’ ossos quebrando, que fulana não aguentou e sicrana teve que ser cortada para evitar uma tragédia, que mensagem você está enviando para o seu cérebro? Será que esse ambiente vai preparar você para um parto tranquilo? A resposta é certa: Não!

Mudando o pensamento

Então se você continua lendo até aqui, é porque ainda tem esperança de que seja possível mudar esse pensamento. E eu asseguro que sim, é possível. Com alguns exercícios, aliados as ferramentas certas, é possível controlar não só o medo, mas a ansiedade e as emoções que nos envolvem durante o parto.

Para isso é necessário ligar o seu “filtro” e começar a perceber quais informações estão presentes na sua mente a respeito do parto.

Elas ajudam ou atrapalham?

Comece filtrando aquilo que você lê nas redes sociais. Depois organize um jeito de mudar o assunto quando a sua amiga for contar aquela história da filha da vizinha da prima da cunhada que – com toda certeza – teve um desfecho negativo. E por fim mude o foco de tudo que possa lhe deixar desanimada ou com medo do parto.

Eu sei que mudar o foco não é uma tarefa muito fácil, afinal o nosso cérebro também se acostuma a buscar o mesmo caminho de pensamento que já está habituado. Mas a neurociência já nos provou que o cérebro é plástico e continua aprendendo ao longo de toda a vida, por isso o ideal é estimularmos o cérebro, fazendo com que ele sempre tenha novos desafios. O seu desafio da vez é trilhar o caminho do parto mais positivo possível.

Algumas ferramentas que podem ajudar

E que tal começar experimentando algumas ferramentas que podem lhe ajudar a mudar esse foco como por exemplo:  mindfulness (ou meditação de atenção plena). Segundo Jon Kabat-Zinn, médico que pesquisa os benefícios do dessa prática, mindfulness “é a consciência que surge quando prestamos atenção – com propósito – no aqui e agora e sem julgamentos”. Para isso não é necessário ir para o alto de uma montanha ou separar um longo tempo no dia para esvaziar a mente. É possível meditar 5 minutos por dia e – acredite, isso ajudará a manter o foco e fará você ganhar alguns preciosos segundos para raciocinar sobre o que realmente está acontecendo ao seu redor.

Cercar-se de informações baseadas em evidências científicas, frequentar rodas de conversa de apoio ao parto humanizado, e participar de cursos de gestantes também ajudam a tornar mais favorável o ambiente ao seu redor, substituindo as informações negativas por positivas, que auxiliam o cérebro a vivenciar novos pensamentos e sentimentos. A maioria das pessoas não tem consciência de que pensamentos automáticos negativos precedem sentimentos desagradáveis, e que as emoções são consistentes com o conteúdo dos pensamentos automáticos. Esse é um dos princípios da Teoria Cognitivo-comportamental.

Um método específico de preparação mental para o parto!

Depois de tantas informações você pode estar se perguntando: Mas como eu faço para colocar tudo isso em prática? Onde buscar orientação? E se eu disser pra você que existe uma metodologia que reúne todas essas ferramentas e técnicas em workshops de preparação mental para o parto espalhados mundo à fora? Sim, existe! Se chama GentleBirth e já está disponível aqui no Brasil. Você pode encontrar mais informações sobre os workshops no endereço:  https://www.gentlebirth.com/workshops ou – se quiser experimentar logo, pode baixar o aplicativo (IOS e Android) para celular e iniciar a prática de mindfulness, técnicas de respiração e afirmações para o parto.

O importante é você saber que é possível controlar o medo do parto e ainda ficar tranquila, calma e confiante que tudo acontecerá da maneira mais positiva possível. É só acrescentar na lista do enxoval a tarefa de ‘Preparar-se mentalmente para o parto’, e praticar uma das ferramentas que mais se encaixa na sua vida. Que tal começar ainda hoje?

Esse texto foi escrito com base nos seguintes estudos científicos:

Organização neural de diferentes tipos de medo e suas implicações na ansiedade – http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-44462003000600009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&userID=-2

Pesquisa Nascer no Brasil: estudo coordenado pela Fiocruz em parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e instituições públicas de ensino superior em todo o país. http://www6.ensp.fiocruz.br/nascerbrasil/

Biologia da crença – http://www.reconectaruniversal.com/livro1.pdf

Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e
pesquisa da terapia cognitiva – http://www.scielo.br/pdf/rbp/v30s2/a02v30s2.pdf

OS BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO: melhora na qualidade de
vida, no controle do stress e no alcance de metas – https://revistas.pucsp.br/index.php/interespe/article/viewFile/17445/12968

GentleBirth Brasil – https://www.gentlebirth.com/

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Doula Fernanda Pacheco (Belém PA)

Relações Públicas, Doula e Mãe do Eduardo, nascido de parto natural quando eu tinha 39 anos. Aos 40 decidi iniciar a carreira de doula, auxiliando mulheres que buscam um parto respeitoso. E trilhei o caminho da humanização, aprofundando meus conhecimentos sobre gestar, parir, nutrir e criar.Em 2017 certifiquei-me como instrutora da metodologia GentleBirth®, que apresentou-me os benefícios da prática de mindfulness, afirmações positivas, e auto-hipnose, e foi um divisor de águas na minha vida e na criação do meu filho.Hoje ofereço os workshops GentleBirth® para casais grávidos, ou que desejam engravidar, e buscam preparar-se para a gestação e parto. Também atuo como doula pós-parto, oferecendo suporte para a amamentação e cuidados com a mãe e bebê.Cidade de atuação: Belém, Pará, BrasilInstagram: @doula.fe__lizFacebook: @FernandaPachecoDoulaContato: (91) 98145-6999 ou fernanda_belem@hotmail.com

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