Olá, meu nome é Helena Lombardi Noronha Rangel, tenho 35 anos, casada com Rodolpho que é luz na minha vida, sou apaixonada pelo movimento de humanização e vou contar um pouco da minha trajetória até me tornar Doula.
Nesse post você vai encontrar
Nasci em Ibiraçu, mas minha infância e adolescência foram em Coqueiral de Aracruz, no interior do Espírito Santo. Foi lá que conheci meu eterno namorado que me acompanha há 19 anos (12 anos de namoro e 7 anos de casados).
Em 2004, comecei o Curso Técnico em Enfermagem em Aracruz, pois cuidar das pessoas era o que eu fazia de melhor. Logo depois de terminar o curso, em 2005 comecei a trabalhar em um Pronto-Atendimento em Coqueiral mesmo.
E como disse meu pai Fernando: “era só pra confirmar se era isso mesmo que você queria!”. E era sim…. Gostava tanto de trabalhar lá que não queria sair. Mas fui impulsionada por meu pai, meu chefinho Mainard e especialmente por Rodolpho, a dar um salto e fazer minha faculdade de Enfermagem.
Em julho de 2006 fui morar em Vitória para fazer minha Graduação e foram nas aulas teóricas e especialmente nos estágios Materno/Infantil que constatei a área que eu desejava atuar.
Algum tempo depois, em 2011 fui aprovada e convocada em um Concurso Público Municipal, para o Cargo Técnico em Enfermagem e fui lotada no Ambulatório Médico da Cidade.
Procurei me envolver no trabalho voltado para as Gestantes, auxiliando as Ginecologistas/obstetras (G/O) nas consultas de gestantes de Alto-risco, e também auxiliava as pediatras nas consultas de Follow-Up dos bebês que nasciam na Maternidade do Município.
Em 2015 resolvi seguir meu coração e solicitei remoção para trabalhar na Maternidade do mesmo Município. E eu caí “sem paraquedas” na sala de pré-parto e parto, e com uma mistura de medo e êxtase, fui conquistando o meu espaço. Fui muito bem acolhida por equipe de profissionais maravilhosos e dispostos a me ensinar.
Amei trabalhar na sala de parto e durante um tempo eu achei realmente que eram necessárias todas aquelas intervenções realizadas nas gestantes durante o trabalho de parto e no parto.
Mas logo essas situações começaram a me incomodar, e eu comecei a questionar se precisava ser assim mesmo: a mulher colocando a vida dela e do bebê nas mãos de profissionais, sem ser perguntada se ela queria todas aquelas intervenções ou sem ter informações sobre elas e sem liberdade de escolha, simplesmente porque tem que ser.
E buscando me atualizar sobre essas intervenções no trabalho de parto, me dei conta da realidade em que estava trabalhando: médicos que se achavam deuses (claro que sempre tem exceções) e gestantes despreparadas para enfrentar um trabalho de parto, sem conhecer seus direitos e sem direito de ser protagonista do seu próprio parto.
E nesse cenário, eu e minha equipe procurávamos fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível, orientando as gestantes desde o momento da internação, para que elas tivessem um parto e um pós-parto o mais humanizado possível.
Dois anos depois de ter entrado na Maternidade, fui remanejada da Sala de parto para o Berçário, onde pude constatar minha outra paixão: a Amamentação. Conheci pediatras maravilhosas que me incentivaram a me capacitar em Aleitamento Materno.
Em 2016, uma amiga ficou grávida e eu acompanhei toda a sua gravidez, auxiliando nas dúvidas para o trabalho de parto, acompanhei seu inicio de trabalho de parto. Só não acompanhei seu parto (que foi em um Hospital Particular) por que eu estava de plantão. Ela se preparou durante toda a gravidez para ter parto normal e para amamentar o bebê, e foi muito gratificante dizer que pude contribuir para isso.
Nesse meio tempo, em um belo dia de plantão, minha amiga Marília (Enf/Obst) me falou sobre as Doulas, logo me identifiquei e pensei “como não vi isso antes!!!” Mas acredito que tudo acontece na hora certa.
Já em 2017, minha prima/irmã Fabrisia se descobriu grávida e pude acompanhar toda a sua gravidez, desde o pré-natal e mergulhando nesse universo do nascimento e humanização, pude contribuir da melhor forma possível para que ela e seu Marido Christyano se informassem sobre o parto, sobre a amamentação e sobre os cuidados com o bebê. É muito gratificante saber que pude contribuir para que eles se informassem e tomassem suas próprias decisões.
Esse ano de 2019 eu resolvi dar uma reviravolta na minha vida profissional, pedi licença do meu cargo público para trabalhar de outra forma na área que gosto.
Fiz o curso de Formação de Doula que só veio para confirmar o meu desejo de trabalhar com as gestantes, contribuindo para a construção desse movimento da humanização.
A doula tem papel fundamental nesse momento da vida mulher desde a gestação, pois auxilia com as informações e emponderamento, dá suporte físico e emocional, dá suporte para alívio da dor no trabalho de parto e assim diminui a ocorrência de intervenções desnecessárias no parto. Acredito que toda mulher merece ter um parto de forma respeitosa, pois esse momento é único na vida dela.
Você pode conhecer mais sobre mim e fazer parte de um grupo VIP de atendimento se inscrevendo aqui.
Doulas como dispositivos para humanização do parto hospitalar: do voluntariado à mercantilização http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v42n117/0103-1104-sdeb-42-117-0420.pdf
INSERÇÃO E ATUAÇÃO DAS DOULAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: Uma metassíntese https://dspace.unila.edu.br/bitstream/handle/123456789/632/Monografia%20-%20Inser%C3%A7%C3%A3o%20e%20atua%C3%A7%C3%A3o%20das%20doulas%20no%20Sistema%20%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde.%20UNILA.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Humanização do parto: significados e percepções de enfermeiras http://www.scielo.br/pdf/ean/v21n4/pt_1414-8145-ean-2177-9465-EAN-2016-0366.pdf
Parto humanizado: um direito a ser respeitado. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0403/pdf/IS23(4)104.pdf
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