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Relato de Parto de Cibele Barbosa e seu bebê Davi

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Minha segunda gestação, sendo a primeira uma cesariana devido ao famoso “conto do vigário” do cordão no pescoço. Eu sem instrução caí nesta, e na segunda oportunidade um pouco mais instruída, decidi pelo Parto Natural. Sofro de disfunção hormonal, o que me levou à uma cirurgia pra retirada de um cisto ovariano, na qual perdi uma de minhas trompas. Os médicos me disseram que eu teria dificuldades pra engravidar e aconteceu duas vezes; os médicos me disseram que eu não conseguiria ter um parto normal, mas eu quis provar que também poderia.

Relato de parto de Cibele Barbosa

Como já havia passado da 40°semana tinha ido ao hospital para o exame de cardiotocografia, depois de examinada e submetida à uma amnioscopia, estava aguardando pra retornar com a plantonista para ver os resultados dos exames, eis que senti uma dor diferente.

“Amor, é contração!”
“Não, amor, não é, porque a doutora mexeu aí…”
“Amooor, é contração!”.
Era 18:51 horas.

“Amor, de novo!”. 19:01 a doutora chamou

“Fala pra ela amor…”
“Não, quero ir pra casa pois lá aguentarei mais.”

Começaram ritmadas de 10 em 10 minutos. Mandei mensagem para minha amiga Arlene, que é doula, dizendo “acho que agora vai!”. “Quer q eu vá pra aí?”, ela respondeu. “Ainda dá pra aguentar, venha amanhã pela manhã!”

Foto: Arquivo pessoal de Cibele Barbosa, por Cristina Froes

Passei a noite anotando horário das contrações, sua duração e a minha pressão, estava tudo controlado, consegui cochilar. As 7 horas da manhã, chegou minha amiga Arlene Doula, já preparada pra ajudar. As dores iam se intensificando.

 

“O que você acha de fotografar?” Arlene perguntou.
Respondi: “meu sonho!”
Cris chega com suas câmeras pra capturar tudo cada detalhe.

 

Foto: Arquivo pessoal de Cibele Barbosa, por Cristina Froes

 

Intercalando entre bola, chuveiro, massagem, caminhada as contrações aumentavam gradativamente. Às 17 horas do dia seguinte quase 24 horas desde a primeira contração, eu já estava cansada e não conseguia dormir. Chega Ana a obstetriz!

“Primeiro vamos escutar o coração do bebê(…). Está tudo normal, dá pra esperar. Vamos ver como está a dilatação?”
Um dedo apenas.
“Putz um dedo? Como assim um dedo? 24 horas para um dedo? Não é possível!”
To cansada, não sei se aguento mais… Mas se eu for pro hospital vão fazer cesárea, não quero… Vou aguentar!”
“Vamos mudar as posições você vai conseguir.”

Meditação e relaxamento e às 23 horas a Arlene, que ficou o dia todo do meu lado, precisava ir embora.
“Se precisar me ligue a hora que for, ficarei esperando.”
Começaram  as dores pra valer e ás  2:45 da manha não dava mais pra aguentar. Chuveiro… como eu passei a amá-lo!

As 4:30 da manhã:
“Acorda marido, acorda mãe, porque chegou a hora!”

Hospital à 10 km daqui.

Ai… as contrações no carro! Alguém inventa o chuveiro pro carro por favooor!

Chegamos ao hospital 5:30 horas, vamos examinar e… 4 dedos.

“Hein?! Como!? 4 dedooos? Ainda faltam 6!”

Saiu tampão, “você vai ficar! Não quero Ocitocina!”.
“Ok, sem ocitocina!”

Centro de Parto. “Chuveeeiro, cadê você meu melhor amigo!?”

Foto: Arquivo pessoal de Cibele Barbosa, por Cristina Froes

“Duas estagiárias assistirão seu parto, Ok?”
“Pode chamar o Papa, quero só dilatar!”

6:30 da manha “6 dedos, estamos quase lá!”. 8:30 horas da manha, “Vamos estourar sua bolsa e vai doer um pouco mais!”
“Estoure logo!”
“Você vai receber sorinho!”

Já não tinha mais boca pra falar, mas assim que colocaram, fui pro chuveiro e desliguei.

“Amor, a enfermeira veio chamar, tem q sair do chuveiro!”
“Só mais 5 minutos!”
Meia hora depois:
“Vamos amor! A enfermeira está chamando!”
“Num vou sair, no chuveiro tá bom!”
“Vamos Cibele, chegou a hora! Agora a brincadeira vai começar!”

Primeira força nada,  passou a contração. Segunda força. Opa senti algo descendo.

Foto: Arquivo pessoal de Cibele Barbosa, por Cristina Froes

“Vai Mamãe, força que estamos quase!”

Terceira força, agora vai e foi! E o choro engasgado, o alívio, o coração voltou à pulsar.

Estava ali o meu bebê, às 11:15 da manha do dia 24/04/2014, pesando 3,115 kg  50 cm,  Apgar 9/9. Olha tem cara de homem, nem parece q acabou de nascer, a mensagem no Whats App pra minha mãe “Nós conseguimos! Ele é lindo!”

Foto: Arquivo pessoal de Cibele Barbosa, por Cristina Froes

Meus olhos marejados viam aquele ser, não imaginava que junto com a mamãe já tinha conquistado sua primeira vitória. Depois de 40 horas desde a primeira contração, depois de ninguém acreditar, depois de me dizerem com todas as letras que eu não conseguiria, EU CONSEGUI! NÓS CONSEGUIMOS! Consegui porque eu quis, consegui porque acreditei, consegui porque conquistei!

Foto: Arquivo pessoal de Cibele Barbosa, por Cristina Froes

Cibele Barbosa da Silva Paiva

Mãe da Maria Carolina e do Davi

Fotos: Acervo pessoal da Cibele, postagem autorizada

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Quer uma doula no seu parto?

Me chama 🙂

arlene.felizparto@yahoo.com.br

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Doula Arlene Ferreira (Jacareí-SP)

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