Olá! Me chamo Rafaela Ivis, 25 anos, sou doula, educadora perinatal, facilitadora do aleitamento materno e multiplicadora do sagrado do parto. Mãe de um casal, de uma aufilha e casada. Sou apaixonada pelo universo feminino e do parto e nascimento. Trago para vocês um pouco sobre a minha história. Meu lema é SORORIDADE!
UM POUCO SOBRE MIM…
Tenho quatro irmãs, três da mesma mãe (mais velhas) e outra do mesmo pai (mais nova). Minha mãe passou pela experiência de três partos normais rotineiros e intervencionistas e eu nasci de uma cesariana eletiva, marcada devido a uma ultrassom que acusou uma circular de cordão. Mamãe não fala muito sobre sua trajetória de maternagem, principalmente sobre os partos. Fui amamentada durante os primeiros 15 dias de vida, aliás, nenhuma de nós chegou aos 6 meses de aleitamento materno, além disso, tive uma mãe de leite, por pouco tempo também, mas tive. Todas as minhas sobrinhas nasceram de cesariana eletiva, duas delas com necessidade de assistência neo.
Sempre me senti diferente na família, me achava um pouco precoce por conviver com tantas mulheres adultas e durante a minha puberdade eu não gostava de ser menina. Nunca fui ensinada sobre o meu corpo, minhas emoções, minhas mudanças e percepções. Me dava super bem em com os meninos e levei isso comigo durante bastante tempo, pois no mundo feminino haviam muitas competições e isso para mim era totalmente desagradável.
Nas brincadeiras de “casinha” sempre queria ser a mãe, os partos costumavam ser normais como os de novela e outros cesáreas também; Eu amamentava as bonecas, achava lindo. Instintivamente agia dessa forma, percebi que projetava aquilo que fazia parte do meu cotidiano.
Por ter tido uma relação um pouco distante da minha mãe, não falamos quase nada do universo da mulher e eu não sabia do poder que tinha, nem do quanto deveria me valorizar por ser quem era, da capacidade linda de gestar, parir e nutrir. Me peguei seguindo um caminho diferente e ainda que esse rumo fosse um mistério, senti que era onde deveria estar.
Nesse post você vai encontrar
Conheci meu esposo quando criança e depois de anos e tantas histórias, a vida nos uniu de verdade. Aos 21 anos, descobrimos a gravidez, sempre quis ser mãe e a da Maria Júlia, eu sentia que seria uma menina! Foi um susto e uma emoção sem tamanho.
Conforme as coisas foram se alinhando, tomei o desejo de ter um parto normal, não sabia como, com quem, porque, mas queria! Na família e amigos alguns soltaram as piadas esperadas: “tu vai querer sentir dor?!”, “É corajosa viu!”… Eu não tinha uma verdadeira referência dos partos da minha mãe e em alguns momentos me senti só, perdida, mas muito curiosa e entusiasmada com meu plano inicial, além do mais o meu maior esteio foi meu companheiro. Em um papo com uma amiga que não vive mais entre nós, ela teve a missão de me apresentar o Parto Natural Humanizado, sua fala enfatizava a assistência da Doula e seu desejo de um dia ter uma equipe que a respeitasse no seu processo. A conversa me deu uma luz e um norte… Sem saber o que era tudo isso, fui atrás e me deparei com um mundo maravilhoso de respeito a esse momento tão importante na vida de uma mulher, família, bebê.
Por coincidência, a Doula que fui apresentada era uma antiga colega de escola da minha irmã mais velha. Como era tudo novo, me senti mais firme e confiante. Depois da primeira roda me encantei absolutamente e firmei o desejo do parto com o combo de ter uma Doula para mim. Me informei muito, estudei muito para ter um parto digno e respeitoso. Maria Júlia nasceu de parto natural humanizado hospitalar, foi um momento incrível e junto a isso foi ter certeza que ter uma Doula foi essencial para este marco. Voltarei aqui com certeza para falar desse momento!
Você vai ouvir de muitas mulheres que se tornaram mães que essa vocação nasceu junto à maternidade! E muitas vezes é verdade… Após 1 ano e 9 meses do nascimento de Maria, decidi me formar doula (ACOLHER 2017) para entender um pouco mais da sua função e reviver um pouco da minha experiência com outro olhar, inicialmente a minha intenção não era atuar doula.
O curso foi um divisor de águas para mim e olha, eu indico para qualquer mulher que queira viver uma das melhores experiências de vida, seja ela mãe ou não, porque ser doula não é só para quem é mãe! Foi extraordinário e inexplicável. Sai cheia de sede e totalmente vazia de mim para ser preenchida pelo novo.
A certeza de toda esse caminho se deu quando participei da minha primeira assistência em um parto domiciliar planejado. Foi emocionante, arrepiante. Disse: “Quero isso literalmente para minha vida!” (novembro de 2017).
Em 2018, aos 22 anos, engravidei novamente, desejando muito, pois queria passar por uma experiência de maternagem mais sutil, leve e sem pressão. O puerpério da Maria Júlia foi muito desafiador, principalmente quando veio a tona o fato de morar com minha mãe na época e ela simplesmente não havia vivenciado de forma tão singular um parto como meu, o processo de amamentação exclusivo. Era tudo novo para ela!
Dessa vez foi o meu menino Joaquim, um parto domiciliar planejado tão emocionante quanto da Maria, um parto muito prazeroso.
Sabemos que o Brasil é o segundo país com a taxa mais alta de cesáreas, e isso é preocupante! Muitas mulheres querem ter seus bebês de forma natural e mudam esse roteiro por medo, por insegurança, por falta de informação adequada baseada em evidências científicas e respeito pela sua escolha.
Ainda que a mulher esteja em sua total preparação e empoderamento, acredito que o evento do nascimento seja algo muito singular, individual e sagrado. Ainda que a equipe seja humanizada, nem sempre é possível garantir apoio físico e emocional quando é necessário utilizar a técnica. E mesmo quando esta mulher tenha seu acompanhante instruído, a doula torna-se parte da equipe de maneira mais leve. Muitas vezes tornando aquele ambiente, momento algo mais familiar e prazeroso.
Segundo estudos de Klaus e Kennel (1993) a presença da Doula durante o trabalho de parto e parto pode trazer às mulheres:
Preparar a mulher, família, através de informações científicas e baseada em evidências para que esta possa tomar uma decisão consciente sobre o nascimento do seu filho, com o objetivo de que esse evento possa acontecer de maneira digna, empática e respeitosa.
Estar presente no renascimento dessas famílias é divino, vivenciar a experiência de gestar, parir, nutrir e maternar me impulsiona e reafirma o meu anseio de atuar na humanização do parto e nascimento.
Tem dúvidas a respeito da assistência da Doula? Acompanhe mais sobre minha rotina e detalhes da minha profissão através do meu instagram @rafaellaiv.doula.
A maternidade e o encontro com a própria sombra – Livro por Laura Gutman, 2003.
Apoio contínuo para mulheres durante o parto – https://www.cochrane.org/pt/CD003766/apoio-continuo-para-mulheres-durante-o-parto
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