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Mulher, Mãe e Doula

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Oi,
me chamo Malu Moraes, sou nova coautora aqui na Casa da Doula e venho aqui falar um pouquinho sobre mim e como eu trabalho.

Da mulher à Doula

Sou de Recife, mãe de dois meninos, casada com meu companheiro de 11 anos, feminista e uma curiosa por Libras. Cresci numa casa de mulheres fortes, com uma mãe que semeou em mim a ideia de que a vida vale a pena quando você ama e acredita naquilo em que trabalha. Como você pode ver, mainha acreditou no meu potencial.

Fonte: arquivo pessoal. Reprodução não autorizada.

Hoje eu trabalho em projetos que amo, dedico minha vida a crescer profissionalmente atuando em áreas que fazem meu coração vibrar. Sou assistente social e me dedico a Por Vós, um projeto que trabalha com crianças e adolescentes no viés do acesso aos direitos.

Além desse sonho, sou apaixonada pelo ciclo que envolve a gravidez, parto, nascimento e o Ser Mãe. E foi esse encanto, somado a minha experiência enquanto mãe, que me trouxe ao trabalho como doula e educadora perinatal, com atuação na gestação, parto e pós-parto.

 

A mãe que sou

Tem um pensamento filosófico de Heráclito que diz mais ou menos assim: Uma pessoa não se banha duas vezes no mesmo rio, porque na segunda vez as águas já não são as mesmas e nem a pessoa o é. E isso ressoa em mim desde a faculdade.

Sou mãe de dois meninos, um de dez anos e um de dez meses, que me ensinam muito sobre a vida o tempo todo. Um dos aprendizados que tive recentemente é que hoje não sou a mãe que fui ontem, que fui há dez meses e muito menos há dez anos. O gestar aos 15 anos (sim, na adolescência) não é o mesmo que o gestar aos 25. O ser mãe de dois é muito diferente de ser mãe de um.

Fonte: arquivo pessoal. Reprodução não autorizada.

Nesse espaço de tempo eu vivenciei uma cesárea eletiva e um parto natural domiciliar com parteiras na tradição. Aprendi a ordenhar e estocar leite, aprendi sobre introdução alimentar, carregadores de pano, fraldas de pano, cama compartilhada, tantas coisas!

Tive a chance de colocar na prática com Murilo o que eu não consegui com Caico. Foi quando veio a bomba: vi que muito do que planejei e sonhei não se encaixava no meu contexto de vida. Para meu deleite, várias outras fluíram como desejei e isso por si só já me deixa realizada!

Aprendi com meus filhos que tudo pode mudar e que não adianta “pirar o cabeção” por isso. O que vale é a essência da vida.

Considero como essencial saber o que se quer passar para essas pequenas pessoas que são nossas crianças: O que é essencial ela saber enquanto ser humano? Quais valores são importantes ela ter contato? Amor? Empatia? Respeito?

Cada pessoa sabe a essência da própria vida. Para mim, ela é viver uma maternidade leve, sem esteriótipos e sem excesso de cobranças – o que pode parecer dificílimo para algumas pessoas. Ela é um grande e belo conjunto de tentativas! Ela é o melhor que se pode oferecer sem ficar doida, sem pensar nos outros adultos que nos cercam.

Havia uma doula em mim

Após passar pelo nascimento de Caico, comecei a me informar sobre outras formas de nascer para estar pronta para uma segunda gestação. Foi assim que conheci a humanização e figura da doula.

Quando me vi grávida pela segunda vez, coloquei meu planejamento em prática e comecei a frequentar um grupo que me chamava atenção há tempos, o Cais do Parto.

Fonte: arquivo pessoal. Reprodução não autorizada.

Na primeira vez que fui a roda de conversa do Cais, eu não fazia ideia do que era aquele trabalho na tradição. Com o tempo, fui aprendendo, entendendo e fiz do Cais do Parto o meu porto seguro. Foi com as parteiras Marcely e Carla e com as doulas Luíza, Mari e Diana que vivenciei em família o parto natural domiciliar de Murilo.

Essa experiência intensa mexeu comigo e após alguns meses eu senti o desejo de me tornar doula. E como busco fazer com o coração aquilo que me importa, essa formação não poderia ser diferente. Fiz meus cursos com a  Escola de Saberes, Cultura e Tradição Ancestrais – ESCTA, do Cais do Parto.

No dia 05 de Dezembro de 2017, me formei como doula gestação, parto e pós-parto, e no mês seguinte, concluí também o curso de educadora perinatal. Criei um perfil comercial no Instagram onde divulgo meu modo de trabalhar e abordo temas com fundamentação científica.

Desde Dezembro trabalho como doula e me redescubro profissionalmente. Atendo em Recife e região metropolitana. Tive o privilégio de ter como clientes mulheres fantásticas que me ensinaram demais em cada contato que tivemos. Algumas tenho comigo até hoje, e esse é um presente especial da profissão, acredito.

Ainda tenho planos de investir mais e mais no doular e minha atuação com grávidas e novas mães. Pretendo fazer o curso de consultoria em amamentação e de aromaterapia, para incrementar meus serviços.

O Ser Mãe e a doula, qual é a relação?

Tendo em vista a visão que tenho do Ser Mãe, o meu trabalho com as mulheres segue essa linha de pensamento. Enquanto doula, meu agir se pauta no prezar pelo nascer bem, guiando famílias por experiências saudáveis. É meu lema.

Fotografia: Débora Mota

O acolher, o informar e o guiar sem tutelar são valores que desejo transmitir no meu agir, fazendo a informação chegar de uma forma simples e acessível àquelas mulheres que a buscam.

Foto: arquivo pessoal. Reprodução não autorizada.

Acredito no protagonismo da mulher no processo de trazer suas crianças ao mundo e que para isso ela deve se sentir segura ao fazer suas escolhas. Por esse motivo, quero auxiliar no acesso a informações com base em evidências científicas, para que ela seja a capitã de sua própria jornada e não uma personagem passiva.

Desejo que cada mulher possa ter o conhecimento para questionar e não aceitar tudo o que lhe chega sem refletir sobre, que cada uma possa reconhecer as violências vividas e que saiba como reagir a isso.

 

Também creio na voz e no poder que as vozes individuais possam ter ao se tornarem um coletivo que clama por respeito e qualidade no acesso a saúde, seja nos serviços particulares como nos públicos.

Essa sou eu, essa é minha trajetória e o que me trouxe até aqui.

E você, quem é?

Atualizando: em Agosto de 2018, iniciei com uma amiga e parceira de profissão a Roda Itinerante, uma roda de conversa para grávidas e casais que desejam acolhimento e informações de qualidade para receber seus filhos.

A Roda é gratuita e acontece uma vez no mês, cada encontro em um lugar diferente de Recife.

Se você quiser falar comigo, dá um “Oi” por aqui que te respondo o mais rápido possível.

Leitura complementar:

Grávida à deriva: a Cesárea e o Parto Normal, de Malu Moraes. Esse texto fala mais sobre o caminho que segui para meu parto normal após a cesárea (Leia aqui).

07 Coisas que não te contaram sobre o Parto Normal, de Malu Moraes. (Leia aqui)

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Doula Malu Moraes (Recife - PE)

Sempre fui encantada pelo parto normal e amamentação. Quando tive meu primeiro filho eu queria viver isso plenamente, mas tive um parto roubado sem esforço e daí começou a inquietação que trago comigo até hoje. Estudei, conheci, vi as possibilidades do nascer humanizado. Meu caçula chegou de uma forma diferente: um vbac domiciliar planejado. Com a chegada dele transformei a inquietação em energia para ser suporte para outras pessoas que desejam e acreditam, como eu, num gestar e parir com respeito, amor e acolhimento.

Em 2017, comecei minha jornada profissional e hoje sou doula, educadora perinatal, apoiadora em aleitamento. Meu objetivo é levar informação de qualidade numa linguagem simples e clara para as pessaos que desejam experiências positivas na chegada de seus filhos. Você pode conferir no instagram Malu Doula um pouco mais desse trabalho.

Também integro a Rede Koru, coletivo de doulas que trabalha com rodas de conversa abertas ao público e também com doulagem coletiva, uma modalidade especial do acompanhamento.

Gostasse? Clica aqui que te falo como trabalho presencial e virtualmente.

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  • Parabéns, minha filha! Sinto muito orgulho por ser sua mãe.... Vivenciei os seus dois partos.... Foram lindos! Mas o de Murilo foi uma sensação indescritível !!! Sucesso para vc!!! Sorte da mulher que tiver vc como doula. Te amo! Vc é Absoluta e Empoderada.

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