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Meu caminho mudou depois dos meus filhos! Sou Doula!

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Meu caminho mudou depois dos meus filhos! Sou Doula!

Pedro mamando na primeira hora (Foto Luana Schmitt)

Eu sou a Gil, tenho 34 anos e tenho 2 filhos, Maria Rosa e Pedro Emilio. Historiadora, mãe, Doula, Consultora em Amamentação e ativista pela humanização do nascimento. O nascimento dos meus dois filhos redefiniu meu caminho.

Maria Rosa

Minha primeira filha nasceu através de uma cirurgia cesariana. Na época eu tinha pouca informação e ainda não conhecia grupos de apoio. Fiz meu pré-natal com um G.O. “fofo”. Que dizia, “SE tudo der certo, EU FAÇO seu parto normal”. Uma frase simples e que estamos acostumadas a ouvir. Pois é. O problema é que quando esse “SE” aparece ele te desmotiva. E quando ele diz: “EU FAÇO”, aí, minha querida. Você educadamente diga: muito obrigada, mas eu vou procurar outro obstetra que de preferência “NÃO FAÇA” parto, mas que assista e que me respeite!

Estava com 39 semanas e 2 dias e, naquela consulta, ele me deu uma guia de encaminhamento para a cirurgia. Não satisfeito, ainda disse para mim e meu marido que estávamos assumindo a responsabilidade se algo acontecesse (tipo, nascer??) se passasse da data provável do parto (DPP). Falou mais algumas barbaridades que estão na lista de Indicações Reais e Fictícias da Phd Melania Amorim.

Mesmo assim chegamos no hospital (cedo demais) e fui encaminhada para a sala de consulta no atendimento. Na recepção informei que estava sem G.O. e disseram que seria atendida pelo plantonista. Me atendeu grosseiramente. Fez um toque e disse que estava com 4 cm de dilatação. Falei: então vou pra casa e volto mais tarde. Ele: não! Não vou deixar você sair daqui em franco(??) trabalho de parto (TP). Saiu da sala com meu marido e disse que tinha cirurgia no outro dia cedo e que não iria ficar esperando evoluir. Ou seja, eu tinha condições. Geomar (meu marido) chateado, voltou e me pediu: E agora amor? O que você acha? Respondi que pelo menos ela deu o sinal de que está pronta. Ela iria nascer hoje de qualquer jeito.

Maria Rosa nasceu as 01:47 de uma terça-feira, dia 12 de novembro de 2013. Ouvi seu chorinho e logo a pediatra me trouxe. Rapidamente dei um cheiro nela, quase uma lambida e foi levada para os procedimentos. As lágrimas escorreram. A vontade era de segurá-la. Mas a anestesia te impede. O sentimento é de total impotência.

Maria amamentou exclusivamente (AME) em livre demanda (LD) até os 6 meses. E mesmo depois da introdução alimentar (IA) continuou no peito até 1 ano e 10 meses. Foi fácil? Apesar de a amamentação ser um desafio imenso, para mim, particularmente, ainda estava digerindo a cesárea. Então me agarrei a amamentação na tentativa de reestabelecer o vínculo interrompido da primeira hora.

Pedro Emilio

Com a descoberta de um novo bebê, uma coisa era certa: agora terei meu parto normal!

Busquei grupos de apoio e fui em busca de uma G.O. que de fato apoiasse o parto natural (porque de “normal”, os partos que acontecem por aí, não têm nada!). E encontramos. Na primeira consulta, já contamos nossa história. A resposta foi de apoio. Seguimos o pré-natal tranquilamente. Nas conversas nos grupos, soubemos que haviam enfermeiras obstetras na região e que atendiam partos domiciliares.

A princípio a ideia de um parto domiciliar me soava estranha. Como assim? Com tanta tecnologia a disposição num hospital e ter um bebê em casa. Parecia ideia de maluco!

Nos grupos, volta e meia aparecia alguém contando sua experiência de PDP (Parto Domiciliar Planejado). E ficávamos maravilhadas. Se a gestante anunciava que estava em trabalho de parto então, era euforia total. A ocitocina tomava conta!

Em 2015 adquiri junto com mais algumas mulheres as palestras do Congresso online Nascer Melhor. A cada palestra, a cada relato, a cada experiência compartilhada nos grupos fez crescer em mim a ideia de parir em casa.

E assim foi!! Num parto domiciliar planejado, com Doula e Enfermeiras Obstetras. Numa experiência incrível descobri que meu corpo era capaz e que as mulheres merecem o mesmo respeito, carinho, cuidado e a assistência adequada que tive.

Minha primeira estrelinha: Elaine

Gestamos praticamente juntas. Estava parida há 40 dias quando ela começou a sentir algumas contrações e perceber a saída do tampão. É minha vizinha, mora aqui, quase de frente de minha casa. E mesmo sem ainda ter a formação de Doula, fiquei lá com ela acompanhando o ritmo das contrações. Um misto de medo e alegria tomaram conta, mas para ela dizia que estava tudo bem e que era para ouvir seu corpo, escutar seus sinais. Bolsa rompeu e ela foi para o hospital. E fiquei lá, com o gozo interrompido. Pois minha vontade era ter ido (de pijama mesmo) ver aquela deusa descobrir sua força!! Pedro estava comigo e queria mamar. Enfim, ela pariu linda!! A mim restou a certeza de que era isso, quero ser Doula!

Tudo nesse abraço (Foto Duplica Fotografias)

As experiências de nascimento de meus filhos foram essenciais para o caminho que me fizeram buscar depois. Quando Pedro completou 6 meses não me restavam mais dúvidas de que queria ajudar outras mulheres e comecei um curso de doula a distância. Um ano depois fiz um curso avançado de Doula. Atualmente não me vejo mais fazendo o que parecia certo antes (ser professora). Meus filhos foram fundamentais para definirem esse novo caminho.

Meu companheiro, meu apoio, minha força! De dois nos tornamos a soma perfeita que é a nossa família.

Minha família, 2016

De lá pra cá

Coordeno junto com outras mulheres e Doulas um grupo de apoio às gestantes e puérperas o Gesta Rondon e Maternar Rondon.

Também estabeleci parceria de trabalho com a Doula Ruty e juntas construímos o Sinergia Doulas.

Juntamente com outras Doulas da cidade conquistamos a Lei Municipal das Doulas de Marechal Cândido Rondon e despendemos uma carga horária voluntária no SUS.

___________________________

A experiência que tive e os acompanhamentos que já fiz, têm me mostrado que todas as mulheres merecem respeito! A cada experiência um aprendizado, a cada acompanhamento as energias são renovadas. A cada busca uma mulher descobre a força que tem e se renova, nós nos renovamos.

Doula Gil Costa

Referências Bibliográficas:

Indicações Reais e Fictícias de cesariana

http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html?m=1)

O que é Doula

http://www.despertardoparto.com.br/o-que-eh-doula.html

Parto Domiciliar Planejado

https://www.maternidadeativa.com.br/artigo10.html

Link:

Relato do meu relato de parto

https://www.facebook.com/pg/gestarondon/photos/?tab=album&album_id=1538827546145769

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Doula Gil Costa (Marechal Cândido Rondon - PR)

AUTOR: DOULA GIL COSTA (PR)

Historiadora, mãe e Doula. Sou mãe de duas crianças lindas. Cada uma com sua história. Cada uma definiu minha vida de um jeito único. Sem a história da Maria a história do Pedro não seria tão diferente.Acredito que t oda mulher deve ter suas escolhas respeitadas. Consegui  esse respeito com muita informação e luta. Depois disso, tenho atuado em: grupos de apoio voluntário; e prestado serviço de acompanhamento no pré parto, parto, pós parto e consultoria em amamentação.Cidades de atuação: Marechal Cândido Rondon e região (PR)Instagram: @gilvanamcostaFacebook: facebook.com/gilvanamcostaContato: +55 45 9 8431 7569

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