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Muito se fala sobre o trabalho da doula, sobre o que as evidências falam dessa profissional, o que uma doula faz ou não faz, mas você já teve curiosidade em saber como sua doula se tornou Doula?
Meu nome é Julia Vanegas, atuo como doula na cidade de São José do Rio preto/Sp desde 2015, mãe de um lindo menino de 2 anos, que nasceu com todo amor e respeito em um parto natural.
Em Janeiro de 2015 tive um aborto espontâneo, foi uma fase muito difícil da minha vida, nessa época eu já fazia parte de um grupo virtual de apoio ao parto normal chamado Grupo Gaia, uma das administradoras do grupo Nathalie Gingold, Doula e também amiga de longa data, me apresentou esse universo da humanização, da Doulagem, o servir e cuidar. Fiz o curso de Doula e Educadora Perinatal que me capacitou como profissional, mas que me ajudou muito a elaborar a perda gestacional.
Já atuando como doula, tive minha segunda perda gestacional, o que me levou a um diagnóstico de trombofilia. O Fato de receber uma possível causa para minhas perdas gestacionais, de certa forma me trouxe um alívio e engajamento para estudar e saber mais sobre o assunto e para me preparar para uma gestação de alto risco e para um parto hospitalar. Em março de 2016 engravidei novamente e iniciei o tratamento para a trombofilia, não foram dias fáceis, mas cada dia que meu bebê ficava dentro do útero era dia de comemorar. Trabalhei ativamente durante toda a gestação, doular ajudava a internalizar ainda mais o parto que eu desejava e me fazia esquecer de como as injeções eram chatinhas. Acompanhei o último parto no auge das 38 semanas.
“Tu vens, tu vens,
Eu já escuto teus sinais” Anunciação – Alceu Valença
E na manhã de domingo do dia 18/12/2016, dia da Doula, entrei em trabalho de parto. De forma suave e pacífica, as ondas ainda eram marolinhas, gostosas de sentir e me sentia inundada por imensa felicidade em finalmente conhecer e ter o meu filho nos braços. No final da manhã comuniquei a equipe que estava em trabalho de parto, fui avaliada pela obstetra, tudo ótimo! Ficaríamos em casa boa parte do trabalho de parto e assim aconteceu. Dei entrada no hospital por volta das 16:00 com 7cm de dilatação e nesse momento mergulhei profundamente para minha partolândia. Às 20:03 pari meu filho, dentro da banheira, rodeada de pessoas que acreditavam em mim e no parto normal, renasci como a Doula que Pariu.
E foi assim de uma perda gestacional, de um momento tão tempestuoso que surgiu o arco-íris da humanização. Pude perceber o quão resilientes podemos ser e fortes para seguir em frente em busca dos nossos objetivos. Tive a oportunidade de conhecer profissionais e pessoas maravilhosas que me apresentaram a profissão que mais amo, ser Doula.
E você sabe como sua doula se tornou doula?
Referências bibliográficas:
Beneficios de ter uma doula/professional especifico no apoio continuo do parto:
https://www.cochrane.org/CD003766/PREG_continuous-support-women-during-childbirth
http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n10/26.pdf
Sobre diagnostico/conduta/via de parto em gestantes com Trombofilia ou classificada como Alto Risco
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf
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