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Dar colo deixa mal acostumado?

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Pouco se sabe ou se ouve falar sobre exterogestação. Ninguém te diz que a gestação dura na verdade 12 e não 9 meses.

Como assim 12 meses???

Sim, seu bebê que acaba de nascer ainda não sabe que nasceu. Ele estava num lugar quentinho, apertado, escuro, sendo alimentado constantemente, escutando as batidas do seu coração e ruídos de seus órgãos. Agora, de repente precisa vestir roupas, sente frio e calor, sente fome, sente dor, tem muito espaço e muita luz. O bebê precisa ir se adaptando aos poucos e para isso precisa da ajuda da mamãe.

O que é Exterogestação?

Nandhu Kumar no Pexels

A exterogestação significa gestar “fora” do útero. É um período, aproximadamente 3 meses, após o nascimento do bebê onde ele irá demandar mais colo e querer ficar mais perto da mãe onde se sente seguro e protegido. Os bebês nascem sem saber andar, falar, sentar e sem conseguir se sustentar sozinhos. São totalmente dependentes de seus pais para se manterem vivos e se desenvolverem.

O termo exterogestação surgiu após estudos do antropólogo Ashley Montagu que comparou a adaptação após o nascimento da espécie humana com outros animais. Montagu defende que esse período é essencial para que o bebê humano se adapte a vida fora do útero.

Simulando o ambiente uterino

Public Domain no Pexels

Algumas práticas adotadas vão ajudar nesse momento:

– Embrulhar o bebê bem apertadinho ou o uso do sling: Além de proporcionar a sensação de espaço de dentro do útero, estar envolto de um tecido dá a sensação de um carinho suave. Durante o dia a mãe pode fazer uso do sling para o bebê sentir novamente o balanço do seu caminhar e as batidas do seu coração, e ainda estar próximo ao seio estimulando a produção de leite. Assim que nascem, os bebês já podem ser embrulhados num cueiro bem apertadinhos, para que continuem a se sentir seguros. Também é possível fazer o “pacotinho” a noite para o bebê dormir, porém muito cuidado para o cueiro não ficar solto e tampar o rosto do bebê.

– O chiado sshhhh sshhhh : Este é o som favorito do bebê. Ele estava acostumado a ouvir um barulho parecido com um secador de cabelos dentro do útero o tempo todo e o volume era alto. Então imagine o quão assustador é para ele agora estar num ambiente onde todos querem fazer silêncio. Fazer o barulho do chiado é ótimo para acalmar aqueles momentos de choro constante. Faça bem próximo ao ouvido do bebê e aumente o tom de sua voz até se igualar ao seu choro, depois vá abaixando na medida em que ele se acalma.

– Balanço/Movimento: O movimento rítmico é ótimo, pois imita o balanço que o bebê tinha intra-uterino. Quando grávida a mãe senta, levanta, caminha, dança, se mexe o tempo todo e o bebê ama isso, ele dorme nesse ritmo. Fazer movimentos pra cima e pra baixo com o bebê no colo, caminhar, dançar, dar tapinhas de leve no bumbum são procedimentos que ajudam acalmá-lo.

– Sucção: No útero o bebê estava numa posição onde as mãos se encontravam próximo a boca, então ele podia sugar suas mãozinhas. Quando nascem não tem capacidade ainda de levar as mãos à boca, por isso a sucção não-nutritiva é tão importante. Amamentar em livre demanda não é só essencial para a alimentação do bebê e para a produção de leite da mãe, mas também para suprir a necessidade de sucção do bebê.

– Banho de ofurô ou banho de balde: Para relaxar, o banho de balde imita o espaço apertadinho e a água morna assim como era na bolsa amniótica.

– Shantala: Apesar de não ter muita relação com o ambiente do útero, a shantala ajuda no processo de adaptação e desenvolvimento do bebê. É recomendado a partir do primeiro mês de vida.

– Iluminação: Tentar manter o ambiente com luz baixa ou pouca luz ajuda a não agredir os olhos do bebê e também a deixá-lo mais calmo.

Bom para mãe e bebê

Pixabay no Pexels

Os processos utilizados durante o período da exterogestação contribuem para a relação da mãe com o bebê. Todos os procedimentos utilizados para acalmar o bebê e dar mais segurança e conforto a ele traz também uma intimidade com a mãe que desempenha um importante papel na criação de uma base de sensações de prazer, alegria e satisfação.

“Isso favorece uma criação com mais apego. Não é exatamente recriar o útero fora do corpo, mas tentar uma transição e manter alguns cuidados que ele tinha na gestação sem um corte abrupto, o que prejudica a segurança e a confiança,” explica Chencinski.

Então colo nunca é demais e não irá deixar seu bebê mal acostumado. Lembre-se os principais envolvidos na exterogestação são a mãe e o bebê. Quanto mais contato, melhor para ambos.

 

Referências

De mãe para mãe: Tudo o que descobri sobre o parto normal e outras dicas para uma maternagem empoderada www.redehumanizasus.net/sites/default/files/de_mae_para_mae.pdf

Exterogestação e empatia com recém nascidos http://bebenopano.com/wp-content/uploads/2018/10/Projeto-exterogestação-PROJETO-FINAL.pdf

 

 

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Doula Nayara Angelica H. da Silva (Assis Chateaubriand-PR)

Mãe da Lavínia e da Alana, bacharel em Sistemas de Informação em 2012, porém fui descobrir minha vocação mesmo após o nascimento da minha primeira filha. Realizei o curso de Doula no inicio de 2019 e desde então venho buscando me aperfeiçoar dentro do mundo da humanização.Desejo ajudar mulheres a ter experiências com respeito e acolhimento, levando informações baseadas em evidências científicas no preparo para o parto, sendo seu suporte físico e emocional durante o trabalho de parto e auxiliando na amamentação e cuidados com o bebê após o parto.Cidades de atuação: Assis Chateaubriand-PR e regiãoFacebook: www.facebook.com/nayara.henrique.777Instagram: @nayarahenriquedoulaSite: www.ventrevida.com.brContato: (44) 99902-1464

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