Categories: Doula

Como nasceu a doula em mim

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Eu sou a Mari, tenho 26 anos e 3 filhos, Yasmin, Melissa e Enzo. Mãe feminista, ativista da humanização ao nascimento, assessora em babywearing, facilitadora de dança de mães e bebês, empreendedora e doula.
Hoje faço aquilo que amo, doular e admirar.

Parto da Débora. Foto: Caroline Gomes Fotografia

Na gestação do meu ultimo filho, houve uma intensa transformação na minha maternidade. Onde busquei um nascimento com respeito e reconheci o quanto tinha perdido não vivenciando o trabalho de parto no nascimento das minhas duas filhas mais velhas.

O reconhecimento dos partos não vividos…

Terceira gestação

Ambas nasceram de cesarianas eletivas e desnecessárias.

Foi um processo duro e muito intenso confirmar que tinha tido partos roubados pelo sistema obstétrico que vivemos e enxergar o quanto isso impactou no meu ser mãe.

Procurei por grupos de apoio e estudos que comprovassem que era possível ter um parto normal após duas cesarianas, foi quando me vi mergulhada na humanização e conheci doulas e como era o trabalho delas.
Abandonei minha antiga atuação no mercado de trabalho durante a gravidez e comecei a enfrentar as dificuldades que surgiram ao longo da gestação.

Pesquisei, estudei, assisti documentários e lutei com as informações que tinha para vivenciar o trabalho de parto da maneira mais natural e respeitosa que imaginei.

Confesso que não imaginava o quanto isso mudaria a minha vida.

Eu, durante meu trabalho de parto. Foto: Caroline Gomes Fotografia

O trabalho de parto

Enzo nasceu após 66 horas de bolsa rota,  em um trabalho de parto que me transformou e me fez ver a mulher forte e o tamanho da potência que existe em mim.
Passei 24 horas com pródromos dolorosos, 27 horas em fase latente, quando escolhi fazer 2 sessões de acupuntura e 2 doses de homeopatia para ajudar na dinâmica das contrações e mais 15 horas em fase ativa. Numa decisão muito difícil, já com a dilatação avançada e bebê muito alto, fui transferida para a maternidade do SUS da minha cidade onde me submeteram a uma cesariana intra parto por protocolo hospitalar. Vivenciei inúmeras violências obstétricas, e tive meus direitos negados. Realizaram praticamente todas as intervenções desnecessárias com meu filho e só me permitiram conhece-lo após 4 horas no berçário.

Puerpério do meu renascimento

Enzo com 13 dias. Foto: Caroline Gomes Fotografia

Toda a dor física não se comparava a dor emocional que eu passei. 

Tive suporte da minha doula e minha parteira do coração. Juntei forças no auge do meu puerpério e tive a certeza que eu seria também doula, e estaria auxiliando outras mulheres.

Minhas cesarianas me ensinaram muito, mas o trabalho de parto do Enzo abriu meu coração e me fez entender que eu vivi aquilo que dava conta, que me provou o quanto eu poderia ter resiliência.

Formação de doula

Quando meu filho iria completar 1 ano de idade, fiz o curso de doulas que tanto desejava e iniciei minha jornada.
Fiz um curso de consultora em aleitamento materno e reiki para agregar na minha atuação.

Roda de gestantes do coletivo Rede de Apoio Materno. Foto: Caroline Gomes Fotografia

 

Hoje atuo na preparação para o parto, durante o trabalho de parto e no pós parto e sou coordenadora do Coletivo Rede de Apoio Materno. Agradeço a vida pelos ensinamentos e confio que em tudo existe propósito!

Se você está a procura de um nascimento respeitoso, saiba que uma doula pode te auxiliar nesse propósito. Te guiando e sendo quem indica o caminho que apenas você pode trilhar.

Referências
The doula: an essential ingredient of childbirth rediscovered
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1651-2227.1997.tb14800.x

Estudando VBAC: metassíntese das experiências femininas

http://estudamelania.blogspot.com/2012/08/estudando-vbac-metassintese-das.html?q=vbac

Methods for labor induction

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-72032005000800010&script=sci_arttext&tlng=es

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Doula Mariana Lopes (Pindamonhangaba - SP)

Sou mãe de 3 filhos, assessora em babywearing e Doula (desde 2018).Foi na gestação do meu último filho em 2016, que conheci a humanização e quando meu olhar para maternidade mudou completamente. Após passar por duas cesarianas desnecessárias eu planejei um parto domiciliar, porém Enzo nasceu em uma cesariana intraparto, onde sofri muitas violências obstétricas numa maternidade do SUS após minha transferência.  Depois de vivenciar esse processo tão intenso tive certeza que ser doula era uma missão de vida para mim.Eu acredito que toda mulher deve ter acesso a informação, para que faça escolhas conscientes e vivencie um parto e nascimentos respeitosos.  Trabalho com palestras para mulheres e casais, acompanhamento na gestação, parto, e pós parto e ofereço suporte á amamentação.Cidades de atuação: Pindamonhangaba e demais cidades do Vale do Paraíba e Litoral Norte.Instagram: @marianalopesdoulaContato: mariana.molopes@gmail.com

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