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Eu medindo crânios de macacos-prego, na época no Instituto Butantã.
Primeiro vou compartilhar um pouco sobre minha história, sou cientista formada pela USP, e atualmente trabalho na Universidade de Medicina Veterinária de Viena e sou co-fundadora e vice presidente da ONG NeoPReGo.
Eu nunca sonhei em ser cientista. Nunca nem soube o que era ser cientista. Minha única referência de cientista vinha do Mundo de Beakman (e aqui entrego a minha idade – e recomendo: se você não sabe quem é, pergunta para o oráculo Google). Mas como você já deve imaginar Beakman era -e o nome já diz – homem; e branco. Então mesmo adorando o desenho, nunca imaginei que seria uma opção. E isso me motivou a me mostrar aqui no mundo fora da das paredes da academia. Quero que minis-Maris (e Julias, Annies e Marias) saibam que ser cientista é pra elas também; assim mesmo: de cabelo colorido, tatuagem e fazendo pole-dance nas horas vagas.
Nesse post você vai encontrar
Tanto que cresci querendo falar com os animais – Beakman fala com um rato gigante. E na adolescência quando já sabia que não ia conseguir falar com animais, escolhi o que achei ser o mais próximo e prestei pra biologia.
Dei sorte, porque o curso não tinha muito haver com que eu imaginava que seria. Agora, a boa surpresa veio em torno do meu quinto semestre da faculdade quando descobri a etologia, também conhecida como estudo do comportamento animal, que de certa forma me tornou capaz de falar com os animais, ou ao menos de entender o que eles querem dizer.
Ao longo desses anos, também me descobri feminista. Filha de uma feminista raiz, e de um pai que trocou minha fraldas, cozinhou, limpou casa e comprou meus absorventes, percebi o quanto sou sortuda.
Bem, tenho grande interesse na evolução de comportamento e anatomia. Usando como modelo nossos parentes próximos, os macacos, ajudo a construir uma base para inferir comportamentos em hominídeos e entender um pouco mais sobre nosso comportamento atual.
A ciência está no nosso dia a dia, mas dificilmente percebemos isso e meu objetivo é mitigar mitos como quando dizemos que certos comportamentos são “naturais“. A sociedade tem usado a biologia para justificar segregações, legitimar a sobrecarga das mãe e ditar regras, mas será mesmo que a nossa biologia é como a consciência coletiva acredita?
Juntando meu conhecimento e minha base feminista, quero falar sobre maternidade sobre a perspectiva evolutiva e responder questões como:
“Somos mesmo, como mulheres, feitas para cuidar?”
Convido você para descobrir isso comigo e a me mandar temas e perguntas.
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