Doula: um modo de apoiar mulheres à se redescobrir

De menina a mulher, mãe e doula. Após gestar, parir e nutrir duas meninas, a vida me ofereceu novos caminhos. Mudei completamente meu ser, minhas prioridades e comecei a trilhar o caminho na luz do partejar. Como tudo começou Em meados de 2010, vivenciando uma relação estável, meu companheiro na época e eu resolvemos ter uma criança. …

Prazer, Suellen.

Pausa pra selfie entre uma contração e outra 😉
Prazer, Suellen. 23 anos, missionária católica, estudante de enfermagem e doula. Nascida e criada no Rio, suburbana, pagodeira, sonhadora e apaixonada. Vim ao mundo pela típica cesárea da Perinatal. A bolsa estourou, todo mundo correu pra maternidade, mas não sem antes bater um pratão de bife com batatas fritas (meu pai não deixou minha mãe sair sem comer e minha mãe diz que foi a melhor comida da vida dela. Até hoje.).
Chegando na maternidade, bronca da médica – “não era pra ter comido, vai ter que fazer lavagem!”. Poucas horas depois, cesárea. Falta de dilatação. Até hoje minha mãe acredita que a cesárea foi necessária.
Quando pequena, via a gravação em VHS e questionava porque nasci pela barriga. “Mamãe não teve passagem, filha”, era a resposta. Hoje eu sei que mamãe não teve informação, acolhimento, suporte às dores, médico humanizado.
Isso eu descobri por outra mãe, a Roberta (@maedaprole), casada, também missionária e mãe de três, 2 partos vaginais após a cesárea desnecessária do primogênito. Ela se inseriu nesse mundo da humanização e me levou junto, tão junto, que nos formamos doulas na mesma turma. Foi a primeira mulher que eu conheci que teve uma doula, quando éramos menos conhecidas do que somos hoje.

Plano de carreira

Quando eu tava no período de pré-vestibular, tive um sonho que administrava uma casa de parto, que só confirmou a carreira que eu queria seguir: enfermeira obstetra. Entrei na faculdade de enfermagem e vou equilibrando trabalho, estudos e pesquisa.
Sou entusiasta do parto sem dor. É o que eu amo estudar e é todinho baseado em educação perinatal, fisiologia, exercícios de fortalecimento do períneo e respiração. Talvez até vire tema do meu TCC. Se o parto é algo natural, por que é preciso ter dor e sofrimento? É o que pensam também os adeptos do gentle birth – em que pretendo me especializar um dia – ou hypnobirthing. É o sonho de 10 entre 10 mulheres, eu inclusive.
Acredito muito no modelo de parto domiciliar, em risco habitual, e o meu sonho de princesa é que o modelo do Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, se expanda pro resto do Brasil. Esse é o SUS que amo e defendo, modelo de assistência humanizada e acessível.

Por que Doula?

Ainda não pari, ainda não sou mãe, portanto minha assistência não se baseia na experiência, mas na dignidade. Para mim, a vida e a pessoa são inestimáveis, por isso acredito e defendo uma assistência digna. Oferecer uma assistência sem violência, sem mentiras, baseada em evidências científicas é o mínimo. Deveria ser assim para todas mas, infelizmente, o acesso ao parto ainda é muito elitizado.
Escolhi servir as mulheres, promovendo uma assistência digna, alívio da dor, auxílio espiritual, exercícios, o que for necessário para tornar positiva a experiência do parto. Isso é um direito que eu preciso defender.
Trabalho aqui no Rio, da zona norte à zona sul, passando por Jacarepaguá e tenho projetos de iniciar rodas de gestantes no próximo semestre.
É isso! Espero que ainda nos vejamos muito por aqui!

Referências

Gentle Birth – https://www.gentlebirth.com/
“Hospital de Minas Gerais oferece parto domiciliar pelo SUS” – http://www.maesdepeito.com.br/hospital-de-minas-gerais-oferece-parto-domiciliar-pelo-sus/, acessado em 12/06/18.
Parto sem dor, VELLAY, Pierre. 7ª edição, 1993. Continue lendo “Prazer, Suellen.”

Do coração nasceu uma Doula

O início de mim Vim de uma família grande, de maioria mulheres, minhas avós somadas tiveram 23 filhos, desses, 20 nasceram em casa com parteira. Minha mãe teve 4 partos normais hospitalares, no último deles com toda sabedoria de seus 42 anos, nasceu essa que agora vos escreve. Durante a infância a minha brincadeira preferida …

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Meu Relato de Parto: “PARTO GARAPA – (CALDO DE CANA)! ” – Por Raquel

Isso mesmo você não leu errado! Parto Garapa! Você já entenderá… Bom então vamos lá! Senta aí que vem uma linda história! Meu nome é Raquel Oliveira tenho 30 anos sou casada com o André há 9 anos e depois de 8 anos de casados “decidimos” em ter filho. Decidimos, pois, haviam outras prioridades até …

Relato de Pai: O Nascimento da Heloisa

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