“Mas o bebê consegue respirar aí dentro?”
Acredito ser a frase mais ouvida pelos adeptos e os vendedores desse acessório.
Antes de mergulhar na parte pratica, vamos entender um pouco sobre a origem e vantagens na utilização do Sling ou Bolsa Canguru. Ok!?
Nesse post você vai encontrar
O transporte infantil é bastante comum em primatas, como podemos observar nas mais diversas espécies de macacos. Diferente de outros mamíferos, a composição do nosso leite materno indica que o bebê humano possui necessidade de alimentação mais constante, sugerindo que nossos bebês são evolutivamente adaptados para contato e amamentação frequentes, reforçando o conhecimento bastante difundindo de que a nossa espécie não nasce completamente formanda e capaz de sobreviver sozinha no mundo.
Estudos sugerem que desde os caçadores-coletores, nós usávamos ferramentas para carregar os bebês, já que levá-los em nossos braços constantemente resultaria em comprometimento da nossa mobilidade, alto gasto energético para nossos corpos e incapacidade de realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo.
Porém, é muito difícil conseguirmos dados arqueológicos diretos pois assim como os Slings atuais, esses transportadores seriam feitos de matérias primas que não resistiriam ao tempo, respeitando as necessidades de cada localidade, além de levar em consideração valores afetivos e simbólicos de cada povo.
Ao nascer a espinha dorsal da criança assemelha-se a letra C e os músculos do pescoço ainda são fracos para sustentar a cabeça, o formato da coluna se desenvolve durante a nossa vida como medida de adaptação e ação da gravidade, sendo o nosso primeiro ano de vida de muita importância para o resultado dessa curvatura.
Sob a perspectiva da estrutura física do bebê, o transporte vertical, no colo de um adulto, seja sustentado pelos braços ou com auxílio de um carregador, como o Sling, demostra-se fisiologicamente mais adequado do que outros carregadores como por exemplo, o carrinho, onde o bebê pode ficar em posição horizontal por longas horas.
A posição vertical da maioria dos Slings e o contato com o calor da pele da mãe, servem também como medida preventiva para refluxos e cólicas, comumente observados em bebês recém-nascidos
Essa acomodação mantém o bebê com a cabecinha junto ao seu peito, facilitando que ele ouça as batidas de seu coração, esse costume tende a melhorar o desenvolvimento psicológico e afetivo dos bebês. A mesma posição favorece o aleitamento, pois as mães poderão dar de mamar com maior praticidade, visto que o bebê está bem próximo do seu seio.
Em um pequeno estudo realizado na maternidade pública de Goiânia, os pesquisadores puderam observar que para mães que utilizavam os carregadores, entre o primeiro e segundo mês de vida do bebê, houve prevalência de amamentação materna exclusiva 70,4% superior aos dados encontrados no inquérito nacional sobre amamentação anterior ao estudo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
O mesmo estudo apontou que as mães que utilizavam o Sling, ou Bolsa Canguru sentiam-se mais confiantes na sua capacidade, tanto técnica quanto emocional, de amamentar.
O uso do Sling ou Bolsa Canguru é uma estratégia simples e de baixo custo para que pais e familiares possam se beneficiar da aproximação com os recém-nascidos.
Além oferecer mais uma ferramenta na rede de apoio à puérpera no sentido de permitir conforto e intimidade para a formação de outras duplas de contato com o bebê, para além dos pais, auxilia na compreensão dos familiares de suas funções de agentes ativos no cuidado e atenção ao neonato, através do contato e a aproximação física que o Sling proporciona.
Ou seja: Vovó(ô)s e Titia(o)s vamos todos slingar!!
Parece óbvio, mas é sempre bom lembrar que essas sugestões devem respeitar o conforto e desejo dos pais em relação ao contato direto com seus bebês, viu gente!?
Já falamos bastante sobre a origem e as vantagens do Sling ou Bolsa Canguru, para mãe, bebê e família.
Portanto, vou terminando por aqui a Parte I.
No próximo texto vou falar sobre os tipos mais comuns de Slings, cuidados e como utilizá-los!
Vamos juntas!?
Referencias:
Comparação de diferentes formas de carregar o bebê: Uma abordagem Biomecânica – http://citrus.uspnet.usp.br/biomecan/ojs/index.php/rbb/article/viewArticle/155
Analise comparativa da Fadiga Muscular nos adultos apos o transporte de bebês com ou sem auxílio de Carregadores – http://tede.udesc.br/bitstream/tede/1948/1/118436.pdf
Uso da Bolsa Canguru em bebês a termo saudáveis: A relação com a Amamentação e Percepção Materna – https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/7368
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