Após o nascimento, o que está disponível para o bebê mamar é o colostro, um líquido transparente rico em proteínas e anticorpos. O alimento ideal para os bebês nos primeiros dias de vida!
Aproximadamente no 3º ou 4º dia pós-parto vaginal acontece a apojadura ou conhecida popularmente como “descida do leite”. Esse fenômeno acontece devido a ação de hormônios (prolactina e ocitocina) e significa que o leite materno está começando a ser produzido.
Para mulheres que tiveram cesariana, a apojadura pode ser tardia, ou seja, pode demorar até 72h horas em relação ao parto vaginal. Isso acontece porque os hormônios que trabalham naturalmente após o trabalho de parto e parto vaginal, não são liberados na cesárea. Além disso, normalmente após a cesárea, a amamentação na primeira hora de vida e o contato pele a pele (recomendados pela Organização Mundial da Saúde) não são feitos, o que adia ainda mais a apojadura, atrapalha a amamentação e o vínculo mãe-filho, e aumenta a chance de desmame precoce.
Na apojadura seu peito dói porque os alvéolos, onde é produzido o leite e todas as estruturas da mama envolvidas com a lactação sofrem mudanças e as consequências disso são os sintomas da clássicos da descida do leite. As características da apojadura são variáveis de uma mulher para outra, podendo ser:
É muito comum a confusão da apojadura com o ingurgitamento mamário!
Nesse post você vai encontrar
É o acúmulo de leite produzido dentro da mama! É bastante comum acontecer na apojadura já que o leite está começando a ser produzido e a quantidade que é produzida e a quantidade que o bebê mama ainda não estão em equilíbrio, por isso o leite fica em excesso “preso” dentro da mama, causando:
Causas do ingurgitamento: amamentação inadequada (início tardio, intervalo longos entre as mamadas, restrição do tempo de sucção), sucção incorreta, uso de sutiã inadequado, obstrução de ductos, malformações mamilares, interrupção da amamentação e o cuidado inadequado das mamas na fase puerperal.
O ingurgitamento pode ou não acontecer na apojadura!
Amamentar em livre demanda: sempre que o bebê der um sinal que quer mamar, você pode oferecer a mama. Esses sinais normalmente são choro e a procura da mama (quando eles ficam virando o rosto com a boca aberta).
Aleitamento materno exclusivo (AME): alimentar seu(sua) bebê apenas com leite materno, sem complementar com a fórmula, outros líquidos ou alimentos.
A livre demanda e o AME são essenciais para o controle da produção de leite e evitar o ingurgitamento mamário.
Massagem nas mamas: quando há ingurgitamento, é importante massagear para que o leite que está parado ali, saia. A massagem deve ser feita em todas as partes das mamas com as mãos ou dedos. Se tiver “bolinhas”, faça a massagem em cima dessas bolinhas até elas sumirem.
Se ainda com a massagem as mamas continuarem “duras”, faça a ordenha de alívio, que é retirada de leite manualmente até a mama ficar um pouco mais leve, menos pesada e cheia.
A massagem e ordenha de alívio tem como objetivo esvaziar a mama que está dura, deixá-la mais molinha. Porque? Se o bebê tentar mamar com a mama e mamilos duros, rígidos e cheios de leite, a chance da pega ser errada é muito grande, pois ele não consegue abocanhar o mamilo e aréola de forma adequada e a consequência disso é a fissura/rachadura mamilar, mais dor e incômodo.
Evitar uso de bicos artificiais (chupeta, mamadeira, bico de silicone). Eles atrapalham a amamentação! Venha ler mais sobre uso de bicos artificiais clicando aqui .
Observar e atentar-se à pega correta
-“boquinha de peixinho”: boca aberta com os lábios para fora
-queixo encostado na mama
-bochecha enche quando suga
-maior parte da aréola dentro da boca
-barriga e tronco do bebê voltado de frente para a mãe
-coluna e cabeça alinhados
Qualquer ação que tenha como objetivo aumentar a produção de leite: uso de compressas quentes, água quente do banho caindo direto nas mamas, ordenha de leite materno excessivo.
Deixar de amamentar
Uso de sutiãs apertados: ao fazer isso, você pode comprimir os ductos e fazer com que eles fiquem “entupidos”, dificultando a saída do leite.
Não menos importante é confiar que esses desconfortos vão passar e que esse início do pós-parto é um processo intenso de adaptação mútua entre os integrantes da família com a chegada de um(a) bebê. O seu corpo está se adaptando no pós-parto: os hormônios estão sendo moldados para a produção do leite, seus órgãos estão voltando ao lugar e ao funcionamento normal. O(A) bebê está aprendendo a viver nesse mundo, a respirar, sugar, engolir, urinar e evacuar.
Referências Bibliográficas
ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA. In ASPECTOS GERAIS DA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA. Capítulo 7, pagina 87.
FEBRASGO – Manual de Aleitamento Materno, 2015.
Ministério da Saúde. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar, 2015.
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