Faz poucos dias que seu bebê chegou em casa. Nos primeiros dias, bastava colocar o bebê no peito (que ultimamente está o triplo do tamanho) e manter a higiene que pronto, lá estava o bebê dormindo de novo.
Mas à medida que os dias passam, seu bebê fica mais voraz. O colo é a única coisa que acalma esse pequeno ser humano e parece que seu sono está atrasado em alguns anos. O choro do bebê surge e com ele, um monte de dúvidas: “Já troquei fralda, já mamou, está limpinho… o que falta? Por que esse bebê chora tanto? O que tem de errado?”
Não tem nada de errado! Sério!!
Mas vamos entender um pouco o que acontece nesse período único!
Nesse post você vai encontrar
Imagina que você acabou de chegar num país novo, nunca antes visto em nenhum documentário da Discovery e nunca identificado nos mapas mundi da escola. As pessoas são amigáveis, mas falam uma língua muito estranha, que você nunca ouviu na sua vida. Eles tem hábitos estranhos, comidas e cheiros estranhos, produzem sons estranhos com vozes e objetos estranhos. São sociáveis da maneira estranha deles e absolutamente nada que você pensa, sente e precisa, é entendido por eles (na verdade, todos estão felizes com sua presença, mas ninguém parece muito preocupado em saber o que você pensa ou sente). Eles te dão comida saborosa, mas estranha, sempre na hora deles. Te vestem com roupas (as vezes demais, as vezes de menos), da maneira como acham que deveria ser e não se preocupam em te perguntar o que você acha ou está se sentindo. Com o passar dos dias, essa dificuldade de comunicação verbal se torna desesperador e com alguma vocalização e muitos gestos, você começa a tentar manter alguma comunicação com eles. Como muitas vezes, só chamar não resolve, você começa a gritar, assobiar, bater os pés e mãos e começa, além disso tudo, a pular e sacolejar de tudo que é jeito, pra ver se alguém te entende.
Nesse cenário todo, você é o bebê e os habitantes desse país novo são seus pais e familiares.
Como o bebê não é capaz de apontar, bater palmas ou assobiar, ele faz a única coisa que a natureza permitiu, assim tão novinho: gemer e chorar!
Os sons e choro do bebê são a única forma que ele tem de interagir com seus cuidadores. Os bebês não conhecem o tempo, o relógio, não entendem o conceito de dia-brincar / noite-dormir. Não sabem dizer que estão com frio, fome, sede, sono, medo ou que estão entediados. Eles estão “jogados” num mundo que não se comunica com eles e eles não conseguem se comunicar com o mundo! Sendo assim, ele geme/grita/chora pra tentar se comunicar e ser atendido em suas necessidades básicas!
Assim como todo ser humano, o bebê também pode se entediar, sentir angústia, experimentar sensações que amedrontam e assustam, além de sensações já conhecidas, como fome, sede, medo, calor e frio. Somando ao fato de que existem momentos do desenvolvimento que causam estranheza ao extremo (os tão incompreendidos picos de crescimento e saltos de desenvolvimento), não deveria ser nenhuma surpresa os bebês chorarem para nos avisar que algo os está incomodando, já que não podem falar.
O bebê não vive só de necessidades básicas, como fome, frio, medo, mas também de sensações que vai aprender a nomear e entender no decorrer da vida (isso porque tem adultos que até hoje tem dificuldade em nomear seus sentimentos, concordam?)
Para todas as situações, depois que as básicas já foram sanadas, é preciso ter muita, muita, muita, muuuuuuuuita paciência e pensar, a cada vez que bater o desespero, que isso passa, isso passa, isso passa!! Amanhã é outro dia e amanhã, esse bebê estará um pouquinho mais maduro e vai mudar!
Nesse momento, o bebê precisa de muito carinho, compreensão e muito colo, regado com muito leitinho e muito peito, fonte de aconchego e calor humano.
Te digo, isso cansa e cansa muito! Super te entendo (eu sou mãe de 3) e todo bebê passa por isso, uns de forma mais intensa, outros de forma muito mais tranquila! Mas pode ter certeza que passa, isso passa e quando tudo se acalma, fica a sensação leve de saudade e vitória!
Quer um check-list rápido para a hora que bate o desespero? Segura aí:
Abraço e beijo quentinho é remédio que geralmente dá muito certo!!
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312000000300006&lang=pt
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641997000200013&lang=pt
https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2019/11/dr-carlos-gonzalez-criancas-nao-precisam-de-pais-que-fiquem-brincando-o-tempo-todo-precisam-de-pais-que-abracem.html?fbclid=IwAR3RMz0zCqVHrUIhRZPu8X4BEBnuKF4EwB9NfssBPc6z-rep8R4jzok1Uxw
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