A Amamentação e APLV é possível? Essa é a primeira pergunta que uma mãe se faz quando descobre que seu filho pode ter alguma alergia alimentar.
A sigla APLV significa: alergia à proteína do leite.
Sabemos como o aleitamento materno é essencial para o bom desenvolvimento do bebê, assim como deixá-lo mamar em sua primeira hora de vida, como preconiza a OMS.
Nós últimos anos, no entanto, você já percebeu que o número de mulheres que seguem amamentando vem diminuído? A OMS diz que apenas 39% dos bebês seguem em aleitamento exclusivo até os 6 meses de vida.
Você também já deve ter ouvido que muitos bebês deixam de ser amamentados por suas mães por conta de alguma alergia alimentar associada ao leite materno.
Mas afinal, será que tudo o que a mãe come faz mal para o bebê?
O que ela realmente precisa fazer em caso de uma alergia alimentar?
O que é APLV?
Muito choro e refluxo, o que está acontecendo?
Fazer dieta? Que dieta?
Comer o que?
Nesse post você vai encontrar
Essa é uma dúvida muito comum de todas as mães quando começam a amamentação. Quem nunca ouviu de uma tia ou até nossa mãe falar assim:
“Não come isso que passa para o leite”!
Isso vai para o leite, hein?
Essa questão está bem dividida, para nosso desespero! Os médicos mais conservadores alertam mães para que elas tenham uma dieta restrita, sem motivo aparente, por exemplo: não coma chocolate, não tome café.
Os médicos atuais, no entanto não restringem a alimentação, dizendo que a quantidade de substâncias que passa para o leite é pequena, e que essa mãe pode comer de tudo.
Mas o que é fato que você precisa sim fazer escolhas saudáveis e ter uma alimentação saudável, para que você dê o aporte de nutrientes para seu bebê e fique saudável.
Meu bebe é um bebe APLV, e eu me fiz todas essas perguntas e muitas outras quando suspeitei que meu bebê pudesse ter alergia alimentar, pois aos 40 dias de vida chorava 2 horas sem parar, tinha dermatites na pele e muito refluxo. (sintomas normais para um RN não é verdade?)
O que me levou á demorar a buscar ajuda.
Resolvi escrever sobre o assunto, por achar que minha experiência pode ajudar muitas mulheres que assim como eu nem sabia que um bebê que mama leite materno exclusivo poderia desenvolver alergias e sabia menos ainda que elas pudessem passar pelo leite
A sigla diz respeito a alergia à proteína do leite, o que é muito diferente de intolerância.
Um bebe que é classificado com alergia seja ela alimentar, respiratório ou qualquer outra não pode ser exposto ao alergênico que causa a alergia.
È preciso falar ainda que muitas pessoas confundem intolerância com alergia. A frase que, mas ouço é:
Hum ele tem intolerância a lactose.
Não bebes APLV’s são alérgicos à proteína do leite, produtos sem lactose possuem proteína do leite em sua composição.
Vamos então definir o que é alergia e o que é intolerância:
Alergia: é causada por um alergênico.
O que é um alergênico?
Um alergênico é uma substância que provoca ou pode provocar alergia.
De acordo com o dicionário PRIBERAM.
Se um ser humano entra em contato com alguma substância alergênica ele desenvolve sintomas que o farão mal. Isso pode ocorrer com os bebês também.
Quando a mãe ingere um potencial alergênico, o bebê que vai mamar esse leite também vai apresentar sintomas leves, moderados a graves dependendo do grau de alergia que ele possua. Na alergia alimentar é diferente pois ela encara o alimento como um invasor, e reage ativando seu sistema imunológico que ataca partes do corpo saudáveis.
Intolerância: quer dizer que o indivíduo não produz alguma enzima especifica para fazer a quebra de moléculas para digerir determinado alimento. Por isso você encontra no mercado produtos sem lactose, por exemplo, onde o intolerante pode consumir sem ter reações.
A alergia alimentar é diferente, pois ela encara o alimento como um invasor.
O bebê que é intolerante á lactose não pode ser mais amamentado pela mãe, mas essa condição é muito rara.
O bebê que é alérgico a proteína do leite, deve continuar o aleitamento e sua mãe deve retirar a proteína da sua alimentação.
Primeiro claro buscar apoio médico sempre, o médico geralmente indica a suspensão do leite materno e indica formúlas hidrolisadas para alimentar o bebê.
Porem se você deseja continuar a amamentação você precisa entrar em uma DIETA restrita e retirar o alergênico em potencial.
Aqui começa meu relato. Choro, Golfo, dermatite.
Esses sintomas foram os que meu bebê desenvolveu logo em seu primeiro mês de vida.
Era desesperador vê-lo chorar por horas, depois golfar tudo, e mamar novamente. Sim, esse era o ciclo.
Para quem lê esses sintomas descritos são normais, afinal bebês choram por cólica, por vivenciarem a extero-gestação, bebês “trocam a pele” e bebês golfam.
Sim todos esses sintomas são aparentemente normais
Mas o que me fez desconfiar de algo foi à freqüência com que o corriam.
Após meu bebê chorar por 2 horas seguidas, por 4 dias consecutivos, comecei a achar que havia algo de muito errado. Como mãe de primeira viagem fui à diversas vezes parar na emergência, fui a diversos médicos e especialistas, tudo isso num intervalo de menor que 3 meses de vida do meu filho.
Por vezes os médicos diziam não ser nada, por vezes ouvi que meu bebê estava com fome, que meu leite não o estava alimentando, que eu deveria dar fórmula para ele e muitos remédios também para amenizar os sintomas.
Foi então que em umas dessas crises, minha cunhada viu como meu filho ficava e me disse que ela ao ingerir leite também ficava assim, uma luz surgiu.
Nesse dia foi horrível, pois ele recusou o peito e ficou uma noite sem mamar. Noite difícil pra mim.
No dia seguinte segui para o pediatra, pois ele continuava recusando o seio, ele me disse que poderia ser sim uma alergia e me indicou uma formula, pois eu precisaria PARAR de amamentar.
Meu mundo caiu! Como assim? E agora?
Conversei com ele sobre meu desejo de continuar amamentando, meu filho não tinha nem 3 meses, ele precisava do meu leite. Ele me disse que havia um jeito sim, que eu deveria entrar em uma dieta, porem me disse que essa dieta era difícil de manter, muitas restrições.
A dieta é a prescrição para a mãe que quer continuar amamentando seu bebe APLV.
Iniciei a dieta imediatamente, não podia nada de leite, derivados e afins, mergulhei no mundo das mães de APLV, aprendi muitooooo. Lia cada rotulo. Incrível como tudo leve leite ou derivados.
Mudei meus hábitos, limpei a casa da proteína, panelas, copos tudo foi trocado e separado, maquiagem, produtos de beleza, remédios tudo que houvesse leite e derivados foram retirados da minha vida.
Confesso que foi difícil no começo, encontrar a estabilidade dos sintomas para meu filho, mas assim que comecei todos eles foram desaparecendo aos poucos.
Esqueci de mencionar que nessa jornada meu filho desenvolveu alergia ao ovo também, dieta ficou mais restrita ainda.
Recebi apoio de mulheres que como eu sabiam da importância da dieta. Não foi fácil ver as pessoas comendo, não foi fácil ter a vida social alterada, pois por um tempo eu não podia sequer ir á um restaurante ou comer na casa de amigos, pois não eram “limpos” (termo usado por mães de APLV).
Foi difícil, pois as pessoas me olhavam de um jeito estranho, ou então me diziam para comer apenas um pouco, às vezes isso era desencorajador, sério gente, quem faz dieta sabe o que é querer comer e não poder, eu não podia e pronto.
Demorei meses para alinhar minha dieta, mesmo com meu bebe bem, ela era muito restrita, tive que ser mestre cuca, procurei receitas veganas, receitas para APLV para aumentar minhas possibilidades nutricionais, tive ajuda também de uma amiga nutricionista para continuar saudável.
Vou deixar o link de um site de receitas e opções pra vocês!
Seu leite é remédio e não veneno. Frase que levo comigo!
Depois de alcançar a estabilidade, continuei amamentando meu filho, normalmente, em livre demanda, sempre que solicitado por ele. Hoje, 1 ano e 10 meses depois que descobri seu diagnostico, seguimos aqui com o “mama”.
Sim foi sacrifical manter a dieta, mas também foi e é um prazer esse momento de nós dois.
Entendo de coração porque uma mãe desiste de amamentar seu filho, seja por qualquer motivo: alergia, pressão da sociedade e afins
Aqui meu sincero abraço para mães que não conseguiram seguir com a amamentação e administram formula para seus filhos. Ser mãe e amamentar seu bebe é difícil, ser mãe de APLV é solidão.
Por Jaqueline Gentil:
Muito refluxo, ele mamava e golfava tudo. Ele não ganhava peso. Eu tive que fazer uma dieta de exclusão, pois certo dia ele evacuou sangue, foi feito exame não tinha nenhum tipo de infecção, a pediatra falou:
“borá” para dieta para descobrir, corta o leite, se continuar vamos cortando outras coisas aos poucos, ele se alimentava com frutas, comida sem leite, e o leite materno. Depois de um tempo já maior entrou com complemento próprio, que era para intolerância e refluxo.
Com 1 ano e 8 meses começamos a tratar aos poucos e foi liberado o leite, ele se adaptou e até hoje come de tudo graças a Deus… segue a foto de como fiquei fazendo a dieta para que meu filho ficasse bem.
Sempre escutei que com o tempo meu filho ficaria curado, e esse tempo está chegado.
Hoje já como ovos, leites e seus derivados e como amamento meu filho ele não esta reagindo via leite materno.
Gente comi um chocolate, chorei!! Já não lembrava o gosto.
A Amamentação para um bebê APLV é super possível, desde que essa mulher encontro apoio, apoio e apoio.
O que uma mãe precisa é ser encorajada á cada desafio, a cada prato de comida negado, a cada explicação que ela precise dar para as pessoas.
É difícil , mas meu Deus a maternidade real tem dificuldades reais e não importa como você faz ou tenta, lembre você é a melhor mãe que seu bebê podia ter.
1 – Ao desconfiar de alergia alimentar busque ajuda medica;
2 – Leia muito sobre todos os benefícios que a amamentação trará para seu bebê;
3 – Busque apoio em grupos de mães que tem seus filhos nessa condição;
4 – Acredite que você é a melhor mãe para seu bebê;
5 – Sinta, chore, desabafe você é humana. Uma super mãe mas humana.
Eu amamento um bebê APLV e você? Compartilhe sua história comigo.
Meu instagram:
Amamentação segundo a OMS:
APLV
http://www.educacaotorresvedras.com/ficheiros/varios/alergia_a_protea_nas_de_leite_de_vaca.pdf
Alergia X Intolerância:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/10911
Receitas delicinhas para APV:
http://www.alergiaaoleitedevaca.com.br/receitas
Alimentação pós parto e Alergia alimentar:
https://lcsaudeebemestar.com.br/author/larissacerqueira/page/17/
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Olá! estou feliz por achar seus artigos, quanta informações legais, que bom que está compartilhando, parabens.
Que bom que gostou, foi feito com muito carinho mesmo. Compartilhe para que mais pessoas tenham acesso à essa informação. Obrigada pelas palavras 🤗