Estamos no mês que celebra a amamentação! O líquido de ouro!
Vemos na mídia, diversas campanhas, artistas em propagandas, ações comunitárias, tudo para incentivar a amamentação com a participação de diversos profissionais engajados para que a amamentação ocorra de forma efetiva nas puérperas!
Mas o que percebo que esse tema é muito difundido esse mês, muito falado, muito defendido… Mas chega setembro, outubro e novembro …. acabou o assunto!! Não podemos deixar isso acontecer.
Nesse post você vai encontrar
Acredito que o momento mais difícil da gestação seja a amamentação. É um momento que a mulher está em um verdadeiro “mix” de hormônios correndo pelo suas veias e influenciando diretamente em seu estado emocional.
A sensação que costumo comparar é que após o parto, é como se um caminhão estivesse passado por cima do nosso corpinho… e ele se encontra ali… estirado no chão, sem forças, sem energia, literalmente espedaçado… e a nossa cabeça a mil por hora! Estamos nos descobrindo como mãe, mesmo se for segundo, terceiro, quarto filho! Temos que aceitar a nossa nova condição, e por mais que planejamos e nos preparamos para tal momento, nunca é suficiente… E a sociedade nos cobra muito por isso, as pessoas próximas esperam de nós, novas mães, que demos conta de tudo, que cuidemos do filho com a máxima maestria!
Estão todos muito preocupados com a saúde do bebê e esquecem da mãe! Que é a que mais está precisando de atenção, carinho, apoio e um olhar de compreensão!
Chego a me perguntar como pode uma mulher vivendo esse turbilhão de emoções, ainda ter que alimentar um ser! Mas SIM, é preciso, é necessário, é fundamental para a mãe e o bebê que isso ocorra; apesar de toda a dificuldade!
Por isso se faz tão necessário a “rede de apoio”, pois a mulher precisa ter com quem contar, ter em quem se amparar, ter para quem chorar, ter pessoas em quem confiam que possam ajudar a ela nesse momento tão específico, sem julgamentos. Ter cabeças mais “funcionantes” que auxiliem em estratégias, em como agir, em onde buscar informações adequadas!
Porque dificuldades em amamentar sempre vão surgir; seja pelo cansaço, seja pelas fissuras, pela dor, pelo bebê não estar ganhando peso…diversas queixas que pode chegar a uma depressão severa e é assim que muitas vezes acabam fazendo com que a mulher realmente desista de amamentar!
O famoso baby blues é isso! Esse momento após parto que dura alguns dias, até semanas devido a essas oscilações hormonais. Que causam sentimentos melancólicos, de menos valia, apatia e choro frequente e se não observamos, e nem dermos atenção a esse momento, dificultamos ainda mais a relação que está começando entre a mãe e o bebê, causando grande impacto na amamentação!
Mas não confundam o puerpério com o resguardo e com o baby blues. O resguardo são os 40 dias que a mulher deve permanecer mais quieta, período em que seu corpo está voltando ao normal, órgãos voltando para os seus devidos lugares e abstinência sexual geralmente é indicada nesse período.
O puerpério pode durar até os 02 anos da criança e em algumas mulheres pode passar… Depende do emocional, do psiquismo, da mulher que está nascendo e a aceitação da mulher que “morreu” após o nascimento.
Por isso afirmo sempre, que essa campanha precisa durar o ano inteiro, a linda propaganda do ministério da saúde precisa vincular pelas redes sociais e pela nossa televisão o ano inteiro, é de extrema importância esse momento da amamentação para a mãe e o bebê.
E isso precisa ser muito mais difundido, chego a pensar que deveria ser ensinado nas escolas, para as crianças já crescerem sabendo da importância do leite materno. Mesmo que nunca se tornem pais, para serem sempre rede de apoio, seja para um irmã, amiga, prima, vizinha, colega de trabalho… é de extrema importância que tenhamos essa consciência desde pequeno!
E se já soubermos desde sempre que o leite materno é único alimento capaz de nutrir adequadamente o bebê cresceremos confiantes no nosso corpo, na nossa capacidade de gestar, de nutrir e de amar!
Essa confiança é fundamental para enfrentarmos todas as dúvidas que surgem, os medos, os conselhos negativos e até mesmo coragem para trocar de pediatra quando o mesmo diz que seu leite é fraco e manda dar fórmulas! ?
Gente, vamos combinar, bebês choram, é a forma de se comunicarem. E não é só de fome! Pode ser um aconchego, um carinho, um pele a pele, uma dorzinha e tudo isso se resolve com o alimento ALIMINICO!
Isso mesmo, o leite materno é o alimento da alma! Nutre a criança em todos os sentidos e aspectos! É o amor líquido!
Vários aspectos estão envolvidos na amamentação, como disse antes, os hormônios estão a flor da pele, então stress, ansiedade, tristeza, cansaço fazem o leite diminuir e até secar!
A mulher e o bebê estão vivendo a exterogestação, ainda estão fundidos, a transformação é bruta, envolve perda da identidade, resgate da auto estima, encontro com um novo ser!
Então gente, vamos ser rede de apoio, vamos informar, colaborar, acreditar, oportunizar, acompanhar e amar!
O leite materno vale OURO!!!
Referências Bibliograficas:
Campanha Amamentação 2019 Ministério da Saúde – http://www.saude.gov.br/campanhas
Sentir Mulher: Daniela Bittar – www.sentirmulher.com.br
SMAM 2019 – Empoderamento das Famílias na Promoção do Aleitamento Materno: Proteção Social Parental e Equidade de Gênero – Moisés Chencinski (pediatra)
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