Da maternidade às doulagens – A minha trajetória.

Compartilhe:

Olá, Me chamo Mayara Ribeiro, tenho 27 anos e sou mãe das duas coisinhas mais fofas desse mundo (que mãe não baba a cria, não é mesmo?!). Desde criança sempre me encantei com gestantes que encontrava pelas ruas. Para mim, todas eram lindas e maravilhosas, em especial nesse momento da vida.

Lembro que em toda brincadeira de casinha, eu sempre queria ser a mãe ou a grávida, e encenava os partos com as informações que eu recebia da minha mãe, referente ao meu nascimento e o da minha irmã caçula, ambas nascidas de parto vaginal (infelizmente com episiotomias).

Me recordo também que esse era o meu maior medo nos partos de brincadeirinha: o corte pra ajudar o bebê a nascer.

O tempo passou, me casei, com o Ilceu (sim colega, esse é o nome do meu digníssimo, como se você estivesse perguntando: e o seu?. Pensa no bullyng sofrido). Parei de brincar de partos e fui vivenciar os meus. Apesar do pouco intervalo entre elas, ambas gestações foram planejadas.

O nascimento de Arthur

Arthur, meu primogênito nasceu em maio de 2016, um dia antes do meu aniversário de 25 anos em um parto hospitalar, totalmente natural. A gestação dele foi um divisor de águas para mim, me redescobrir de muitas formas, tanto como mulher e mãe, quanto na vida acadêmica e profissional. Estudei muito, me informei sobre tudo o que pude, discuti com a família e encarei a famosa frase: ”na minha época não era assim, era desse jeito…!”, por inúmeras vezes, sempre que expunha minhas vontades sobre o parto.

Meu obstetra, era um “GO fofo”, inclusive o mesmo que havia acompanhado minha mãe na gestação da minha irmã. Conversava com ele o básico, porque sobre o parto ele sempre se esquivava: “ah, não precisa falar disso agora, falta muito. Lá na hora a gente tenta o normal. Se não evoluir em umas 3 horas, a gente faz cesárea, porque seu bebê é muito grande, e você não precisa provar nada pra ninguém. Pode acabar com a zona de lazer do papai (DO PAPAI GALERA, MINHA PPK NÃO ERA MAIS MINHA, WTF!)”.

Com 36 semanas, “fugi para as montanhas” e troquei de obstetra. Seria o dia mais importante da minha vida, então eu precisava garantir que a minha parte eu estava fazendo. Iria contratar uma doula no fim da gestação, ainda tinha dúvidas se seria um investimento válido, quando definir por ter, não deu tempo. Na semana que eu iria me encontrar com uma, Arthur nasceu. Chegou com 38s + 5d, empelicado, recepcionado direto pelo papai. Hora de ouro preservada, corte tardio de cordão, e todos os procedimentos para RN feitos. (Essa parte do estudo eu negligenciei e Arthur teve tudo, mas calma que a gente aprende diariamente e ainda tem o nascimento de Aurora).

O nascimento de Aurora

Na gestação de Aurora, já conhecendo o caminho das pedras, optei por um parto domiciliar, gestação habitual de baixo risco, exames todos ok, pré-natal com obstetra e enfermeira obstétrica, bandeira branca para acontecer. Minha doula maravilhosa, foi definida no meio da gestação (só por garantia). Durante a gestação dela, sentia uma vontade tremenda de auxiliar mulheres a vivenciar e encarar o parto de uma maneira positiva, tendo em mente que a nossa fisiologia é perfeita e que temos força para parir.

Foi quando me formei doula. E isso eu aconselho: ser gestante em curso de doula, ôh trem bom! Mimos, massagens e muita energia positiva. Mergulhei de cabeça no mundo materno, da humanização e nos estudos relacionados ao tema.

Aurora chegou em setembro de 2017, com 37s + 2d, em um parto domiciliar tsunâmico, quase que a equipe não chegou a tempo. Chegou trazendo um mundo totalmente novo e desconhecido, mas repleto de amor, muito muito amor. Minha pequena nasceu com síndrome de Down, e só descobrimos no nascimento. Nasceu bem, com um pouco de desconforto respiratório, ficou no O2 umas 2 horinhas, e tudo certo. Nos meus planos, assim como fiz quando Arthur nasceu e iniciei a faculdade quando ele tinha 2 meses, era doular quando Aurora tivesse essa idade. Mas não foi assim. Com a demanda dela, precisei deixar as doulagens em segundo plano e me dedicar somente a ela.

A doula em mim

Hoje atuo como doula1 ano, e me limito a uma numeração pequena de partos por mês. Considero parir viciante, e se eu pudesse paria um filh@ por ano. Quando acompanhei meu primeiro parto, estava tão extasiada e encantada que tive a certeza de estar no caminho certo. Minha missão como doula é fazer com que a mulher enxergue sua potência, seu poder em gerar, nutrir e trazer uma vida a esse mundo. Além de buscar fazer o possível para que ela crie memórias positivas e lembranças afetuosas daquele dia, que sem dúvida alguma, é o mais marcante da sua vida. Nenhuma outra experiência se compara ao nascimento de um filho. Atendo na região da Grande Vitória, no Espírito Santo e realizo uma média de 5 encontros: 3 no pré-natal, 1 no acompanhamento do parto e 1 no pós parto. Além de doula, sou consultora em amamentação, educadora perinatal, laserterapeuta para traumas mamilares e placenteira (medicinas naturais, encapsulamento e artes placentárias). Você pode acompanhar minha rotina e dicas no Instagram @umamaeparadois , pelo formulário, ou mandando um WhatsApp.
Te aguardo.

Referências:

O papel da doula no parto – https://www.cochrane.org/pt/CD003766/apoio-continuo-para-mulheres-durante-o-parto

Parto domiciliar – http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v52/pt_1980-220X-reeusp-52-e03371.pdf

Cuidados com o Recém-Nascido – Vitamina K para Bebês. Por que? Como? Qual? –  www.levatrice.com/vitamina-k

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.