Tire o dedo apontado do meu nariz, da Paula, da Maria, da Bruna, da Erica, da Débora. Tire agora seu dedo apontador de erros, falhas, palpites.
Via de nascimento não é mãezometro, as escolhas de cada mulher são dentro das suas próprias realidades e possibilidades. Mesmo que pareça absurdo para quem vê de fora, toda mulher faz o melhor que pode dentro do possível.
Nesse post você vai encontrar
A Paula escolheu cesárea…
A dor do parto seria o menor obstáculo que ela iria enfrentar em um parto normal.
– Precisaria se empoderar (o que é uma sacanagem, deveríamos simplesmente escolher e sermos respeitadas)
-Ouviu historias de parto medonhas de familiares e até desconhecidos. Sim, além de lidar com seus próprios medos, ela acabava tendo que ouvir o medo dos outros a sua volta.
-Não tinha grana disponível para equipe particular e parto domiciliar/hospitalar humanizado de verdade, ficaria a mercê dos atendimentos oferecidos na sua cidade/região. Sabe que na hora seria torcer para que a equipe que a atendesse fosse bacana, na área clínica e ética.
A Bruna assumiu sozinha a cria
Sobrenome é apenas um detalhe, as dificuldades de Bruna vão além do Status “Solteira” que insistem dar à ela após sua apresentação como Mãe.
-Ela tem sozinha que administrar cuidados com a cria, noites mal dormidas, lavar roupas, cozinhar, manter financeiramente o lar e emocionalmente ela e a cria
-Sente falta dos amigos, mas não tem como levar a mesma vida de antes, o dia a dia é ela e seu bebê
-Há quem diga que ela queria essa gravidez, para chamar a atenção, para tentar prender o cara no bom e velho golpe da barriga, afinal se não quer engravidar se prevenisse… (sic)
-Cabe a Bruna explicar para sua cria onde está o papai e porque não está lá
-Cobram dela que essa criança tenha um Pai, um irmão…
-Falam, falam muito, que a criança tem direitos, a ter um pai e pensão… Como Bruna AINDA não colocou o cara na justiça?
Débora se casou, grávida
-Ela acreditava que o modelo de família tradicional seria a melhor coisa para ela e seu bebê
-Sozinha administra cuidados com a criança, noites mal dormidas, lavar roupas, cozinhar, manter financeiramente o lar e emocionalmente ela e a cria
-Sente falta dos amigos, mas não tem como levar a mesma vida de antes
-Há quem diga que ela queria essa gravidez, para chamar a atenção, para tentar prender o cara no bom e velho golpe da barriga, afinal se não quer engravidar se prevenisse… (sic)
-Às 18h ela deve estar em casa, com as crianças e jantar preparado.
-Cobram dela um segundo bebê, que amamente em Livre Demanda, não deixe as crianças assistirem televisão, apenas comam produtos orgânicos e óbvio, nada de açúcar.
-Sem esquecer! Homem não gosta de mulher largada não, se quiser manter esse homem abençoado que a aceitou, assim como ela é, tem que se manter linda, porque vai que…
Quando apontamos dedos à outras mulheres, externalizamos NOSSOS próprios medos, falhas e angustias, não é de apontamentos que essa mulher precisa, nem você.
Experimente antes de falar de uma amiga, vizinha, ou comentar um post nas redes sociais, se lembrar que quem está do outro lado vive uma realidade diferente da sua, pode ser que não tenha mesma disponibilidade financeira, ou mesmo suporte familiar, ou até uma série de outras pequenas fraquezas que nos tornam deliciosamente frágeis seres humanos.
Ninguém deveria apontar dedos para uma mulher.
Só ela sabe o peso que suporta carregar.
Estenda seu coração e mantenha os braços abertos, ninguém abraça sem ser abraçado.
Antes de escrever pesquisei aqui
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS DECORRENTES DO PERÍODO GRAVÍDICO http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acbs/article/view/2559
VIVENCIANDO REPERCUSSÕES E TRANSFORMAÇÕES DE
UMA GESTAÇÃO: PERSPECTIVAS DE GESTANTES https://scielo.conicyt.cl/pdf/cienf/v16n2/art_12.pdf
2 respostas para “Não sou Menas Mãe. Apoio entre mulheres é fundamental.”