Mastite

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Eai você está lá, com um recém nascido nos braços, aprendendo a mamar. Com mamas quase como siliconadas, aprendendo a amamentar. Quando de repente vem uma moleza e indisposição de mãos dadas com uma febre. Poxa, gripe era tudo o que não precisa aparecer agora! Mas então você percebe que sua mama está dolorida. Vai olhar no espelho e percebe que ela está vermelha e quente. É, estes não são sintomas de gripe!

E assim apresento à vocês, caras (os) leitoras (es), a querida Mastite!

O que é exatamente?

(imagem retirada do blog Vila Mamífera)

A Mastite, nada mais é, que a inflamação da mama. Nos casos das lactentes, uma inflamação nos ductos mamários. Por alguns motivos (que veremos a seguir), acaba-se criando um “acumulo” de leite na mama fazendo com que, literalmente, os ductos mamários (canal com ramificações por onde o leite é transportado até a boca do bebê), fiquem entupidos. Ou seja, cria-se o famoso “leite empedrado”.

E como ela surge? (causas)

Provavelmente, você sentirá uma indisposição muito grande, fadiga, febre e dor na mama que estará avermelhada. No inicio pode-se estar levemente rosada. E apalpando, perceberá uma “bolinha”.

Mastite em estado inicial I (imagem de arquivo pessoal)
Mastite um dia após imagem I. Maior rigidez da mama, aumento da vermelhidão e aparecimento de hematomas (imagem de arquivo pessoal)
Visualização interna da foto anterior (imagem retirada do blog Vila Mamífera)

O leite não empedra simplesmente porque ele estava muito entediado de seguir seu fluxo natural e resolveu “parar”. Muito menos porque estava com medo de ser abocanhado por uma boquinha miúda nervosa. O leite empedra na mama, por complicações na amamentação, como por exemplo:

– Pega errada do bebê
– Hiper lactação (alta produção de leite), causada por ordenha excessiva
– Uso de bicos artificiais no bebê, causando confusão de bicos e a mamada acabar não esvaziando o peito por completo.

Há também alguns fatores psicológicos e emocionais que podem afetar e acarretar vários outros problemas na amamentação. Mas isto cabe a outro post!

As causas citadas fazem o leite ficar parado no ducto mamário, formando nódulos e assim surgindo a Mastite. Neste estágio é possível reverter a Mastite rapidamente. Mas, infelizmente em alguns casos a Mastite pode avançar. E então o que era uma inflamação se torna uma infecção.

Mastite em estágio de infecção!

Avançando com o cenário do leite empedrado, se não diagnosicado e tratado rapidamente, aquela inflamação se torna uma infecção. Há dois fatores muito favoráveis à infecção.

Fissura mamária (Imagem Enfermagem Esquematizada)

Primeiro, vamos pensar que temos um ducto mamário entupido de leite. E que esse ducto possui um “limite” de espaço. Logo, assim que ele fica muito cheio, é bem possível que se rompa, estoure, POW. Isto faz com que o ducto mamário tenha contato com os ductos sanguíneos.

 

Segundo, devemos considerar que, se o ducto está entupido é porque a amamentação está com algum problema, o que bem provavelmente também deve ter acarretado em um mamilo machucado/ fissurado. Logo, o bico do peito desta lactante, também faz contato com o seu sangue. E por essa fissura mamilar acabar sendo transmitida, pela própria boquinha do bebê, bactérias.
Pronto, temos uma infecção!

Mas o que fazer para viver longe da Mastite?
(Prevenções e tratamentos)

Vivemos uma realidade onde pouco fala-se sobre amamentação. E quando se é falado, muitas informações são passadas em forma de senso comum.
A principal forma de viver longe de uma mastite, é conseguindo ter uma amamentação bem orientada.

E o que é isso?

-É a lactente saber que é normal no 3º á 5º dia acontecer a apojadura (descida do leite), onde suas mamas ficarão lotadas de leite, e que o melhor nesse momento é aliviar as mamas com uma leve ordenha manual, retirando somente um pouco do leite, dando uma “amolecida” na região do mamilo e aréola, assim facilitando a pega do bebê.

-Quanto mais leite ordenhar, mais leite será produzido. O corpo entende que o bebê está mamando aquele leite e precisa produzir mais. Isso fará com que se tenha uma super produção de leite (hiper lactação), dificultando a regularização natural do corpo com a demanda do bebê.

-É saber que a mamada não nutritiva do bebê, o famoso “tá fazendo meu peito de chupeta”, é importantíssimo para o corpo perceber as necessidades do bebê e assim ter equilíbrio do leite produzido.

-Ter uma rotina de livre demanda para as mamadas. Evitando que leite se acumule nas mamas por períodos prolongados.

Agora, na maioria dos casos a Mastite já está instalada na sua mama. Então o que fazer?

– Primeiramente buscar por um profissional qualificado para te passar as devidas orientações e tratamentos. Uma má orientação pode fazer com que uma mastite inicial se estenda e agrave para uma Mastite infecciosa.

– Enquanto inflamação, deve-se dar o máximo possível da mama afetada ao bebê. A sucção dele ajudará no desempedrar do leite. E em nada o prejudicará.

– Já no estágio de infecção, um tratamento medicamentoso será indicado. Em alguns casos mais avançados, uma cirurgia para retirar os abcessos formados, pode acontecer também.

Alguns pontos importantes!

Tenho que ser sincera e falar que sim. Dói demais da conta (sô), amamentar com a mama inflamada. Principalmente se o seu mamilo estiver incluso no pacote tragédia e também estiver fissurado. Mas é de extrema importância seguir com a amamentação. Um, pelo bem estar das suas tetas e dois pelo seu bebê, que na maioria dos casos terá menos do que seis meses.

(Foto: Facebook AMS Brasil)

Propague informações verídicas e de qualidade! Pergunte à amigas gestantes se elas já leram sobre o período da amamentação. Se estão cientes das consequências dos usos de bicos artificiais. Explique que no começo tudo parece um caos (e é!), mas que depois o corpo dela com o bebê estabelecem um ritmo e tudo fica bem mais fácil.

E o último ponto que gostaria de ressaltar é que. Vimos que a Mastite é consequência de um outro problema, problema esse que pouco se é falado nas nossas terras tupiniquins. Onde qualquer problema com a amamentação seja “resolvido” com a indicação de fórmulas e automaticamente a extinção do aleitamento materno. Assim, sempre haverá problemas como a mastite, pois nunca será prioridade a sua prevenção. Com boas orientações, a amamentação flui bem, não haverá mastites nos peitos alheios e a mulher poderá amamentar livre e feliz até quando desejar. E que ela possa , junto ao seu bebê, decidir naturalmente quando encerrar este ciclo. Que ele não seja encerrado por conta de má orientação.

Deixo com vocês a frase que move a minha vida!
“Busquem conhecimento!” Bilu- E.T.

 

Fontes:

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8 respostas para “Mastite”

  1. Adorei a postagem!
    Que cada vez mais mulheres percebam que seus corpos são melhores que a indústria láctea e sempre busquem auxílio de profissionais capacitadas quando apresentem intercorrências na amamentação.

  2. Boa noite, eu tive esse problema sem estar amamententando, meus filhos já são adolescente e fiquei preocupada.
    Gostaria dw mais informações?

  3. Parabéns pelo post! Muito importante cada informação. No meu caso, meu bebê já está para completar 11 meses, meu peito nunca inflamou antes, mas hj estou com mastite, acredito que foi pq na noite retrasado a cria acordou no meio da noite (coisa que só aconteceu 2x até hj, graças a Deus hahaha) e ficou se levantando firmando em mim, nas minhas costelas nos meus peitos. Por mais que eu tirasse ele na hora que doía, acho que já tinha sido o suficiente para esmagar e entupir o ducto mamário. Só compartilhando mais um pouquinho da minha experiência. Bjos

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